China retrai compras de carne bovina do Brasil e tenta renegociar preços em nova jogada comercial. Preços elevados ao consumidor também justificam queda no consumo e represam carne no atacado.
Os compradores chineses estão cautelosos para fechar novas compras de carne bovina brasileira, isso porque a potência asiática está tentando negociar os valores do produto com uma nova jogada comercial.
De acordo com o Analista da Cross Investimentos, Caio Junqueira, a depreciação nos preços está sendo motivada pela a retração da China nas compras de carne bovina. “Sempre comentávamos que o grande risco era ficarmos exposto ao player que é a China, na qual o mercado chinês passa a ter mais de 50% de representatividade do que exportamos e isso é muito ruim para quem atua na exportação”, afirma.
As indústrias que estavam habilitadas a exportar tinham um acordo de solicitar uma espécie de ‘cheque calção’ sobre tudo que é embarcado, na qual o preço é 30% do que foi negociado. “Nessas novas aberturas de plantas, vários frigoríficos menores que não tinham conhecimento na área de exportação negociaram com a China sem esse adiantamento, e agora, os chineses querem retirar essa modalidade”, ressaltar.
O analista explica que a China não está cancelando nada, mas está buscando uma jogada comercial de não precisar adiantar os 30% para todos os exportadores. “As grandes indústrias informaram que não vai embarcar nada sem os 30% adiantados e isso acaba comprometendo o ritmo acelerado das exportações”, comenta.
A potência asiática sofre com a peste suína e demanda por proteínas animais, tendo em vista que o Brasil é o único player que consegue atender procura. “Nós precisamos esperar para ver como isso vai ocorrer, pois a China não tem condições de ficar sem comprar a proteína animal. Por enquanto, a faca e o queijo ainda estão na mão do Brasil”, relata.
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Por outro lado, as indústrias passam a direcionar um pouco mais de carne no mercado interno que não estão aceitando os atuais preços da carne no varejo. “O próprio pecuarista está perdido para saber qual é o preço e quem faz as compras de mercado também não sabe o valor de mercado”, diz Junqueira.
Fonte: Notícias Agrícolas