China quer carne bovina macia e com marmoreio

A demanda foi ouvida pelo Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC) durante a missão liderada pelo Ministério da Agricultura ao país asiático.

Carne bovina macia e com marmoreio, este é o principal pedido para saciar a fome dos chineses. A demanda foi ouvida pelo Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC) durante a missão liderada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa) à China.

Com a relação comercial ainda limitada, a expectativa é que o mercado chinês, em breve, se abra para a carne de Mato Grosso com a habilitação de mais indústrias para exportação e a demanda será por carne com maior valor agregado. Atualmente, o Brasil abastece a China com carne para industrialização, em grandes volumes, porém com menor valor.

Em visita a uma indústria de processamento de carne, os integrantes da comitiva do IMAC puderam ver de perto o padrão de qualidade exigido pelos consumidores chineses e ter uma dimensão sobre o potencial deste mercado. De acordo com o presidente do IMAC, Guilherme Linares Nolasco, tanto na indústria quanto nas rodadas de negócios, ficou nítido o interesse dos compradores de carne em ampliar as compras de carne do Brasil.

“Os compradores de carne, que adquirem o produto e distribuem para as indústrias locais, sabem a quantidade de carne que precisam e querem saber se podemos ou não atender. A habilitação de novas plantas, prevista para os próximos meses, deverá ter um impacto significativo nas vendas de carne em todo o país e principalmente em Mato Grosso. Temos que nos preparar para atendê-los em breve”.

O IMAC integrou a comissão do Mapa com a presença de representantes de Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo), da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), e do governo estadual por meio do secretário de desenvolvimento econômico César Miranda. O intuito era ver de perto o mercado para entender o perfil da demanda chinesa.

O produtor rural Francisco Camacho, que participou da comitiva, destacou que os chineses estão em busca da nossa carne. “Precisamos nos adequar em algumas coisas com relação à política interna das empresas e externa de governo. Foi uma visita importante para conhecer a lição a ser feita”, afirmou o produtor.    O secretário César Miranda explica que foi possível entender algumas características próprias do mercado da carne. “Vimos como funciona este segmento de venda de carne, o e-commerce das grandes redes e esperamos em breve colocar mais carne de Mato Grosso na China e com maior valor agregado”, afirmou o representante da secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico.

Atualmente apenas uma indústria em Mato Grosso está autorizada a comercializar diretamente para a China. De acordo com Guilherme Nolasco, os chineses se baseiam no padrão comercial da Austrália para comprar e buscam carne produzida por animais alimentados por ração e que tenham bom acabamento de gordura, que dá mais sabor e maciez ao produto. “Os chineses querem carne com marmoreio, macia e de qualidade. Eles têm como referência a carne australiana, produzida em grandes confinamentos”, explica Nolasco.

Ainda segundo Nolasco, Mato Grosso tem capacidade e aptidão para atender o pedido da China, pois integra pecuária extensiva, a pasto, com a intensificação da produção, cada vez mais presente no estado. “Os grandes produtores de carne fazem a integração dos dois sistemas produtivos e finaliza com o confinamento. Temos como aliada a grande oferta de grãos”.

Oriente Médio

Durante a missão realizada, o IMAC participou de uma reunião na Câmara de Comércio de Dubai com o diretor do escritório internacional Omar Khan e representantes de grupos de negócios. O interesse de Dubai é por comprar a carne de Mato Grosso para abastecer os Emirado Árabes e para comercializar diretamente para países como Arábia Saudita e Egito.

“A reunião com a Câmara de Dubai foi muito positiva. Eles querem intermediar a venda de carne de Mato Grosso para outros países do Oriente Médio, função que já desempenham de modo geral, além de garantir o abastecimento local”, explica Guilherme Nolasco.

O Brasil tem expectativa de 78 frigoríficos receberem autorização para exportar ao mercado chinês. Equipe do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento irá encaminhar às autoridades chinesas informações finais sobre os estabelecimentos a fim de sanar as solicitações da China.

Compre Rural com informações do Canal Rural

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