Mercado do boi gordo: com China freada e querendo renegociações, o ‘desdenhado’ mercado interno virou sonho de consumo para indústria.
Está no ar a expectativa de reversão do recuo dos preços do boi. Agora com mudanças de sentido positivo. Até poucas semanas atrás, era a China mandando no jogo. Agora é o mercado interno, que, quando mencionado há menos de dois meses, muitos o ‘desdenhavam’ diante da força que parecia infinita vindo da Ásia. E o consumo doméstico dá poucos sinais de consistência, a não ser uma leve mudança de sazonalidade do consumo.
A diferença – ou o que pode fazer a diferença – é saber quanto o consumo melhorando com a voltas às aulas e um número menor de pessoas viajando de férias pode influir no preço se comparado com o que vinha sendo praticado até que a China freasse, em dezembro. A cotação do boi foi aos R$ 240,00/@ em São Paulo.
O piso agora está baixo. Máximo de média a R$ 190,00. Torcida para R$ 200,00, talvez.
Fevereiro chega com fim de férias, mas compromissos em alta (IPTU, IPVA), com saques do FGTS liquidados e baixa previsão de alta significativa de emprego e renda. O último trimestre foi aquém das estimativas das indústrias e do primeiro trimestre pouco se espera.
Em vários grupos de conversas por aplicativo e alguns analistas falando, a indicação de melhora, muito de leve raspa nas compras chinesas mais animadas, com o fim dos festejos do Ano Novo. Mas em plena largada de uma epidemia de coronavírus. Aliás, se a doença se espalhando já está tirando o fôlego da economia, reduzindo até os preços no petróleo nas bolsas, pode ser outro fator contra aumentos das importações de carne.
Esse tom moderadamente positivo com China é difícil de assinar embaixo. Não estão dispostos a voltar às importações com o acelerador no fundo mais.
Não à toa as ações dos principais frigoríficos estão em queda com essa volta atrás chinesa. E não estão também vendo o otimismo para o mercado interno.
Adaptado da MoneyTimes