China pode habilitar até 15 frigoríficos brasileiros para exportação de carnes. Esse avanço nas negociações pode trazer benefícios significativos para o setor brasileiro de carnes, consolidando ainda mais a parceria entre o Brasil e o principal mercado consumidor de proteínas do país.
A China está avaliando a possibilidade de habilitar entre 10 a 15 frigoríficos brasileiros para exportação de carnes, conforme anunciou o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no evento Bloomberg New Economy at B20. A expectativa é que o anúncio oficial ocorra durante a reunião do G20 no Brasil, marcada para o próximo mês. Esse avanço nas negociações pode trazer benefícios significativos para o setor brasileiro de carnes, consolidando ainda mais a parceria entre o Brasil e o principal mercado consumidor de proteínas do país.
Expansão das Exportações para o Maior Mercado de Carnes Brasileiro
O Brasil busca ampliar seu acesso ao mercado chinês, atualmente o maior comprador de carne bovina, de frango e suína brasileiras. As negociações se concentram na habilitação de instalações de carne bovina, suína e de frango, e incluem grandes empresas como JBS, Minerva, Marfrig e BRF. Esse cenário representa uma grande oportunidade para o agronegócio brasileiro, que vê na China um mercado crucial.
A China responde por 14% das exportações brasileiras de frango e por quase metade das exportações de carne bovina. Com essa nova habilitação, o Brasil pode consolidar sua liderança no comércio global de carne, onde já representa cerca de 36% das exportações mundiais de frango e 28% de carne bovina, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Iniciativa Cinturão e Rota: Expansão da Parceria com a China
Durante o evento, o ministro Fávaro também defendeu a adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota, o principal programa de infraestrutura e comércio da China, como estratégia para driblar barreiras comerciais impostas por países como os Estados Unidos e a União Europeia. A proposta, que visa atrair novos investimentos para o país, gerou debate dentro do governo brasileiro. Parte dos ministros enxerga essa parceria como um risco às relações com outras potências econômicas, mas Fávaro acredita que é possível avançar sem gerar conflitos diplomáticos.
Aumento nos Preços da Carne Bovina Exportada à China
Em meio às negociações, um fator importante marca o mercado: após uma sequência de quedas nos preços da carne bovina, os importadores chineses aumentaram os valores pagos pelo produto brasileiro, segundo a consultoria Agrifatto. Nesta semana, os exportadores brasileiros negociaram o dianteiro bovino ao valor recorde de US$ 5.200 por tonelada, o maior nível em 16 meses, representando uma alta de 8,33% em relação à semana anterior.
Esse ajuste é significativo para os produtores brasileiros, que têm enfrentado desafios com a redução de preços médios da commodity no mercado internacional. Para o Brasil, que já acumula US$ 9,16 bilhões em faturamento com a exportação de carnes entre janeiro e setembro de 2024, esse avanço pode ajudar a mitigar os impactos das oscilações no mercado.
Desempenho do Setor de Carnes em 2024
Nos primeiros nove meses de 2024, o setor de carnes brasileiro registrou crescimento robusto. As exportações somaram 2,1 milhões de toneladas, um aumento de 28,3% em volume e de 20% em faturamento comparado ao mesmo período de 2023, conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). A China, que responde por 44,5% das exportações brasileiras de carne bovina, aumentou suas compras em 10% este ano. Contudo, o faturamento específico desse mercado apresentou uma leve queda de 0,9%, devido à tendência de queda nos preços da carne brasileira, fator que agora parece ter encontrado um ponto de ajuste.
Expectativas para o Futuro
Com a possível habilitação de novos frigoríficos e o avanço nas negociações comerciais, o Brasil se posiciona como um parceiro de peso no setor de carnes para a China. Essa colaboração não apenas impulsiona a exportação brasileira, mas também fortalece os laços diplomáticos e comerciais com o maior importador de commodities do mundo, ressaltando a importância estratégica do agronegócio brasileiro no cenário global.
(Fonte: Bloomberg e Agrifatto)
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