Importações de carne bovina na China devem ser lentas, mas recuperação vem no segundo semestre, afirma a Robobank. Confira!
De acordo com relatório sobre carne bovina do Rabobank referente ao primeiro trimestre deste ano, os especialistas do banco esperam que em 2020 a China deva passar por um período de lentidão na logística e na atividade dos consumidores, devido à crise sanitária. Isso deve mexer com a economia e a demanda de importação no primeiro semestre, sendo que a segunda metade de 2020 deve ser de recuperação.
No caso do Brasil, especialistas do banco apontam que o país está passando por um período de reequilíbrio entre oferta e demanda, com desafios no custo de produção para finalização do gado alimentado com milho e soja.
Conforme explica o relatório do banco, o alto estoque de carne congelada armazenada em mercados locais em preparação para o Ano Novo Lunar não foi usado em janeiro devido ao surto de coronavírus e atividade de serviço de alimentos drasticamente reduzida.
É possível que algumas empresas, como de serviço de alimentação e turismo, permaneçam sem funcionar até abril ou maio, mesmo que o vírus seja controlado. Este menor volume de vendas significa que a demanda por carne bovina ser mais fraco que os anos normais no primeiro semestre. A perspectiva é de recuperação nas importações de carne bovina pela China no segundo semestre, mas com ritmo lento.
Com a assinatura da Fase 1 do acordo comercial entre China e Estados Unidos em janeiro, espera-se que a China importe mais carne bovina americana. Contudo, o súbito impacto do coronavírus na economia chinesa deve causar incerteza a curto prazo, já que carne bovina americana geralmente é posicionado para o mercado high-end, e este setor na China pode encolher sob uma economia em desaceleração.
BRASIL
Depois de um 2019 marcado por exportações e preços recordes, o mercado brasileiro de carne bovina está passando por um momento de reequilíbrio da oferta e demanda.
Sazonalmente, janeiro é o mês de menor demanda por carne em geral, devido às férias escolares, feriados e maiores compromissos de despesas tributárias que reduzem o poder aquisitivo do consumidor. Do lado da oferta, a estação chuvosa gera boa pastage, diminuindo os custos de produção e limitando a fornecimento de animais enviados para abate.
Com o consumo doméstico ainda considerado fraco e a China reduzindo compras devido ao coronavírus, os frigoríficos não estão dispostos a pagar preços mais altos para atrair maiores volumes.
Um desafio para quem termina o gado com grãos é a alta custos de alimentação. Segundo o Rabobank, os preços do milho subiram 6% em janeiro, em comparação com dezembro de 2019. A perspectiva, segundo os especialistas do banco, é que os preços continuem altos, pelo menos, até o início do plantio da segunda safra, que deve ocorrer no final do primeiro semestre.
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Os volumes de exportação de carne bovina em janeiro caíram 22% em relação ao mês do ano passado, impulsionados em grande parte por uma redução de 36% nas importações da China.
Conforme o estudo, há um fator de sazonalidade nessa redução, mas vale ressaltar que no último mês de 2019 foi o melhor dezembro de toda a série histórica,tanto em termos de volume quanto de receita.
A demanda doméstica deverá ganhar força nos próximos meses com o fim das férias escolares e o feriado prolongado do carnaval. Ao mesmo tempo, o Rabobank estima que a demanda chinesa retorne à medida que procuram restabelecer estoques com o aumento da disponibilidade doméstica.
Por: Letícia GuimarãesFonte: Notícias Agrícolas e Rabobank