Cálculo do Instituto Mato-grossense da Carne aponta que, com o impacto gerado em outubro, a perda de receita pode chegar a US$ 88,17 milhões. Veja!
O prejuízo diário decorrente da suspensão das vendas de carne bovina para a China é de US $ 4,4 milhões por dia útil. Caso a produção não seja destinada a outros mercados, o impacto gerado no mês de outubro, considerando o ritmo das exportações em 2021, indica uma perda de faturamento com as exportações de até US $ 88,17 milhões somente para Mato Grosso.
A perda de faturamento calculada até agora passa de US$ 60 milhões. Caso a produção não seja destinada a outros mercados, informa a instituição, com o impacto gerado no mês de outubro, o valor pode chegar a US$ 88,17 milhões. Dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), citados pelo Imac, apontam uma redução de 30,2% no valor diário movimentado pelas exportações desde 4 de setembro, quando começou a barreira sanitária à carne brasileira.
Há mais de 45 dias, o Brasil está sem exportar carne bovina para a China depois da identificação de dois casos atípicos de mal da vaca louca em Mato Grosso e Minas Gerais. Para os pecuaristas mato-grossenses, a situação tem provocado perdas de US$ 4,4 milhões, de acordo o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac). O cálculo leva em consideração apenas dias úteis.
Embargo da China à carne bovina gera perdas de mais de US$ 60 milhões em Mato Grosso
“A suspensão está trazendo prejuízos não só para a indústria. No campo, a arroba do boi já caiu cerca de 20% nas últimas semanas”, afirma o diretor de operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade, na nota. Os prejuízos, segundo ele, atingem todos os elos da cadeia, sobretudo confinadores de gado, que precisam comercializar seus animais terminados.
Um levantamento realizado pelo Imac aponta uma queda na atratividade das exportações de carne bovina para a China em 2021. Em 2020, o índice era, em média, 123,1 pontos e em 2021, a média de janeiro a setembro, o índice caiu para 94,3.
“O poder de compra de uma tonelada de carne exportada para a China caiu entre 2020 e 2021, mas essa relação melhorou entre agosto e setembro desse ano”, afirma Andrade. “A indústria está vendendo a carcaça em valor inferior ao preço pago por ela à carcaça comprada do pecuarista”, explica o representante.
Com maior oferta de carne no mercado interno, a perspectiva é que o preço da carne caia ainda mais no mercado doméstico, segundo ele — o boi gordo e a carne no atacado já estão sendo negociados em valores menores. “Pode levar mais tempo para que essa desvalorização seja verificada nas gôndolas dos supermercados. ”, prevê Andrade.
Perspectivas
Com maior oferta de carne no mercado interno, perspectivas de que o preço da carne reduza no mercado local, caso as exportações não sejam retomadas em curto prazo. A arroba do boi e o preço da carne no atacada já estão sendo negociados em valores menores.
“O varejo é o setor que mais demora para repassar essa queda de preço ao consumidor. Pode levar mais tempo para que a desvalorização no campo e no atacado possa ser verificado nas gôndolas dos supermercados. ”, Explica Bruno Andrade.
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Preço da arroba
Que o preço da arroba iria despencar em set.21 em meio ao caos originado pela confirmação da doença da “vaca louca”, o mercado já esperava. No entanto, em Mato Grosso o recuo foi ainda mais intenso, de 4,74% ante o mês de ago.21, e o indicador ficou cotado na média de R$ 286,71/@.
Já em São Paulo, a queda foi de 4,12% e a arroba foi precificada a R$ 303,43/@, sendo ambas as cotações livres de impostos. Com isso, o diferencial de base MT-SP se alargou para -5,51% em set.21 – movimento que não era observado desde mar.21
Compre Rural com informações do Imea e Globo Rural