China avalia mais 28 frigoríficos brasileiros para exportação de carnes

São 20 plantas de carne bovina, oito de carne de aves e uma de carne suína — a unidade da Seara em Itajaí (SC) será auditada para exportação de aves e suínos. Por isso, a lista que circula entre empresários do setor tem 28 unidades para a inspeção

A pecuária brasileira começa o ano com otimismo e esperança para uma mudança no cenário dos preços. A China anunciou sua intenção de inspecionar 28 frigoríficos brasileiros, considerando sua possível habilitação para exportação de carnes bovina, suína e de aves.

E, nessa busca por expandir as exportações de carne bovina para o mercado asiático, o Mato Grosso do Sul está na mira de auditores da Administração-Geral de Alfândegas ds chineses. A partir desta segunda-feira (15), estes profissionais realizam a inspeção de quatro frigoríficos localizados no estado. Entre as unidades em destaque, duas pertencem à gigante do setor, JBS, localizadas em Campo Grande, uma em Naviraí, além de uma unidade do Boibras, situada em São Gabriel D’Oeste.

De acordo o gerente-técnico da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), José Pádua, “a expectativa para o setor da bovinocultura de corte é de um aumento na demanda, caso as habilitações sejam confirmadas, podendo refletir no preço da arroba e trazendo melhorias para o produtor rural, que já está preparado para suprir as necessidades do consumidor”, afirmou.

A inspeção, que deve levar até duas semanas, envolve 20 plantas de carne bovina, oito de carne de aves e uma de carne suína, incluindo a unidade da Seara em Itajaí (SC) para aves e suínos. No total, 29 unidades estão na lista para inspeção.

Entre as empresas da lista, a JBS se destaca com nove unidades, seguidas por duas da Seara, controlada pela mesma companhia, uma unidade da Minerva em Janaúba (MG), e o Frigorífico Pampeano da Marfrig em Hulha Negra (RS). Unidades de cooperativas como Aurora (SC), Languiru (RS) e Cotriguaçu (PR) também serão auditadas, com distribuição geográfica abrangendo diversas regiões do Brasil.

Anteriormente, em dezembro, os técnicos chineses visitaram 18 frigoríficos brasileiros, com três já habilitados e 15 na lista para possível habilitação. A rápida tradução e análise dos relatórios dessas visitas indicam expectativas de novas habilitações em 2024, especialmente considerando as comemorações dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China.

Até dezembro de 2023, o Brasil já contava com 93 frigoríficos habilitados para exportar para a China. Atualmente, 79 frigoríficos brasileiros estão aguardando habilitação para acesso ao mercado chinês, tendo já cumprido os requisitos necessários e incluídos no sistema de comunicação entre os governos brasileiro e chinês. , enquanto outros 79 aguardam aprovação.

No entanto, a decisão final sobre as habilitações depende exclusivamente das autoridades chinesas. Existe no setor empresarial brasileiro um otimismo cauteloso, com alguns acreditando na possibilidade de uma habilitação em massa, incluindo unidades que ainda não foram visitadas.

Veja a lista completa dos frigoríficos que serão auditados de forma virtual pela China:

  • Pantaneira Indústria e Comércio de Carnes e Derivados LTDA, Várzea Grande (MT) – Carne bovina (SIF 1206)
  • Frangos Pioneiro Indústria e Comércio de Alimentos LTDA , Joaquim Távora (PR) – Carne de aves (SIF 1372)
  • JBS, Campo Grande (MS) – Carne bovina (SIF 1662)
  • Pampeano Alimentos, Hulha Negra (RS) – Carne bovina (SIF 226)
  • Minerva, Janaúba (MG) – Carne bovina (SIF 2471)
  •  Boibras Indústria e Comércio de Carnes e Subprodutos, São Gabriel D’Oeste (MS) – Carne bovina (SIF 2782)
  • JBS, Pimenta Bueno (RO) – Carne bovina (SIF 2880)
  • JBS, Diamantino (MT) – Carne bovina (SIF 3000)
  • Cooperativa Central Aurora Alimentos, Itajaí (SC) – Carne de aves (SIF 31)
  • JBS, Naviraí (MS) – Carne bovina (SIF 3181)
  • Frisacre Frigorífico Santo Afonso do Acre LTDA, Rio Branco (AC) – Carne bovina (SIF 3297)
  • Seara Alimentos, Itajaí (SC) – Carne de aves e carne suína (SIF 3403)
  • JBS, Confresa (MT) – Carne bovina (SIF 3470)
  • Frigorífico Fortefrigo LTDA, Paragominas (PA) – Carne bovina (SIF 372)
  • Prima Foods, Santa Fé de Goiás (GO) – Carne bovina (SIF 4029)
  • Avenorte Avícola Cianorte LTDA, Cianorte (PR) – Carne de aves (SIF 4232)
  • Frigorífico Rio Machado Indústria e Comércio de Carnes S.A, Ji-Paraná (RO) – Carne bovina (SIF 4267)
  • Maxi Beef Alimentos do Brasil LTDA, Carlos Chagas (MG) – Carne bovina (SIF 4293)
  •  JBS, Alta Floresta (MT) – Carne bovina (SIF 4302)
  • JBS, Campo Grande (MS) – Carne bovina (SIF 4400)
  • JBS, Marabá (PA) – Carne bovina (SIF 457)
  • Distriboi Indústria, Ji-Paraná (RO) – Comércio e Transporte de Carne Bovina LTDA, Carne bovina(SIF 4695)
  • Plusval Agroavícola LTDA, Umuarama (PR) – Carne de aves (SIF 5027)
  • JBS, Pontes e Lacerda (MT) – Carne bovina (SIF 51)
  • Martini Meat S/A Armazéns Gerais, Rio Grande (RS) – Carne bovina (SIF 554)
  • Cotriguaçu Cooperativa Central, Cascavel (PR) – Carne de aves (SIF574)
  • Cooperativa Languiru, Westfália (RS) – Carne de aves (SIF 730)
  • Seara Alimentos, Santo Inácio (PR) – Carne de aves (SIF 777)

Impacto do volume de carne exportada aos asiáticos em 2023

O impacto do volume de carne exportada aos asiáticos, especialmente à China, em 2023 teve repercussões significativas na indústria de carne bovina brasileira. A China, como o principal importador, desempenhou um papel central, contribuindo com mais de 60,0% da receita total das exportações de carne bovina do Brasil durante o ano.

Em termos de valores, as exportações de carne bovina in natura para a China atingiram US$5,74 bilhões em 2023, representando uma queda de 27,9% em comparação com os US$7,95 bilhões registrados em 2022. É notável que, apesar dessa queda acentuada na receita, os volumes de embarques para a China permaneceram relativamente estáveis, experimentando uma diminuição de apenas 3,4% em relação a 2022. Em termos de quantidade, foram exportadas 1,19 milhão de toneladas de carne bovina para a China em 2023, em comparação com 1,23 milhão de toneladas no ano anterior.

Uma análise mais detalhada revela que o preço médio da carne bovina brasileira vendida para a China teve uma redução significativa, caindo de US$6,42 por kg em 2022 para US$4,80 por kg em 2023. Essa diminuição no preço médio pode ter sido um fator determinante na queda da receita total, apesar da estabilidade nos volumes de exportação.

É crucial destacar que, apesar da redução na receita e no preço médio, a China manteve sua posição de liderança como o principal importador de carne bovina do Brasil, superando significativamente outros compradores importantes, como Chile, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e Egito, nesta ordem.

A Figura que ilustra a importância dos países importadores de carne bovina do Brasil em 2023, segundo dados do COMEX, evidencia a dominância chinesa no cenário das exportações brasileiras, mesmo diante das flutuações no mercado global de carne bovina.

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