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Com o uso de internet das coisas e inteligência artificial, o sistema Vaca Conectada pode monitorar toda a cadeia produtiva da pecuária leiteira.
Até chegar à casa do consumidor, o leite percorre um longo percurso, que se origina na ordenha e inclui o resfriamento e o transporte até a indústria de laticínio, passando pela pasteurização e embalagem.
Para monitorar todas as etapas desse processo e garantir a qualidade do alimento até a nossa mesa, a chilena Sonda, especialista em serviços de tecnologia, desenvolveu uma solução baseada em internet das coisas e analytics.
Batizada de Vaca Conectada, a solução utiliza dados coletados de sensores posicionados estrategicamente nos animais, nos tanques de resfriamentos das fazendas e nos caminhões que realizam o transporte do produto.
A empresa faturou US$1,152 bilhão em 2018 e conta com 17 mil funcionários. Com sede no Chile, a companhia tem presença na Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, México, Panamá, Peru e Uruguai.
“A solução da Sonda é a primeira a disponibilizar a rastreabilidade do leite em toda a cadeia produtiva, verificando o comportamento do animal, o manejo e a ordenha”, explica André Silva, CTO de Transformação Digital da companhia.
Os sensores fixados nos animais monitoram temperatura, passos, ruminação, potencial cio e enviam as informações para uma plataforma de inteligência artificial que indica, com clareza e informações de fácil acesso, ciclos reprodutivos, problemas de saúde ou alguma inconformidade no comportamento do animal. Esses dados ajudam a prevenir possíveis enfermidades, com impacto direto na produtividade da fazenda.
Já os sensores alocados nos tanques de resfriamento indicam se a temperatura do produto está adequada aos padrões de mercado ou se ela sofreu alguma variação acima do permitido.
A tecnologia também garante que o volume comercializado com o laticínio seja o mesmo indicado nos tanques, assegurando eficiência operacional e evitando perdas ou contaminação no momento da coleta.
“Se o leite de uma fazenda sofreu uma variação de temperatura acima do permitido pelas instruções normativas que regulam a produção leiteira, esse lote pode estragar todo o volume de um caminhão que já passou por outras fazendas recolhendo a matéria-prima. A Vaca Conectada ajuda a garantir a produtividade e favorece o controle de qualidade da cadeia produtiva”, comenta Silva.
Esse mesmo conceito também é aplicado aos caminhões que transportam o alimento. A ferramenta possibilita acompanhar toda a rota, monitorando a temperatura, número de vezes que o tanque foi aberto e se o leite foi retirado sem autorização.
Os sensores garantem ainda manutenções mais baratas e menos indisponibilidade técnica, pois acompanham o tempo de uso e vida útil dos motores de resfriamento do tanque, prevendo com ajuda da inteligência artificial, a necessidade de substituição, reparo e causa raiz do problema.
“Os laticínios já contam com alto grau de qualidade e de controle produtivo. Faltava uma solução que trouxesse essa mesma eficiência para dentro da porteira e é isso que a Sonda entrega” explica Caio Silva, vice-presidente de Aplicativos da empresa. “Com a Vaca Conectada, os produtores poderão ampliar suas margens de lucro ao garantir um produto de maior valor agregado”, completa.
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A Vaca Conectada dispensa a necessidade de uma robusta infraestrutura tecnológica, como conectividade e energia nas fazendas.
São utilizadas baterias com uma duração média de dez anos e redes de comunicação específicas para IoT, além de possibilitar uma implementação simples, em um modelo plug-and-play. A solução foi desenvolvida em parceria com a Sigmais, startup capixaba focada em tecnologias de IoT.
Fonte: Dinheiro Rural