Central Bela Vista mais que triplica de tamanho em quatro anos

Central tem instalações modernas que acomodam touros de empresas produtores independentes, que somam cerca de 120 clientes no país e no exterior

Ao se instalar em Botucatu (SP) em 2017, transferida de sua antiga sede em Pardinho (SP), a Central Bela Vista esperava crescer. O que a empresa não previa era crescer tão rápido: de 1,5 milhão de doses produzidas naquele primeiro ano de casa nova a empresa deverá chegar a 5,2 milhões de doses este ano, um aumento de cerca de 350%. No momento em que completa quatro anos, a empresa finaliza investimentos para elevar sua capacidade para 7 milhões de doses por ano já a partir de julho, cerca de um terço da produção nacional. Na nova casa, a empresa já produziu 13 milhões de doses.

Com a ampliação, a Bela Vista vai se consolidar como a maior central de coleta da América Latina. “Já a partir de julho deste ano, teremos piquetes para 630 touros, quase 200 a mais do que tínhamos no começo de 2019”, diz Gerson Sanches, diretor de operações da Bela Vista. “Expandimos em 2020 e estamos aumentando de novo este ano”, comenta ele. Os investimentos também foram usados para ampliar os laboratórios de última geração, equipe técnica e operacional expandida e uma fazenda dedicada à produção de alimento para os touros.

“A demanda continua forte em todas as frentes e há indicadores que permanecerá assim por um tempo”, anima-se Sanches, ao citar que o mercado de inseminação artificial bovina no Brasil cresceu quase 40% no primeiro trimestre de 2021, segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia). O impulso vem do setor de corte. “A demanda de exportações de carne para a China, que já vem de algum tempo, promoveu um grande abate de fêmeas e agora o mercado precisa fazer a reposição de rebanho”, comenta Sanches. O alto preço da arroba do boi é outro fator. “Os pecuaristas recorrem cada vez mais à genética porque buscam animais que cresçam e engordem mais rápido e com carne de maior qualidade.”

Outro indicador é a antecipação de atividades no mercado de “terceiros”, que são os pecuaristas que compram touros como investimento e recorrem à central para a coleta, envase e congelamento do sêmen, para uso em seus próprios rebanhos ou revenda. Esse segmento normalmente fica aquecido a partir de maio, mas vem “quente” desde janeiro. “O movimento indica confiança dos pecuaristas no mercado futuro”, diz Sanches. Só esse serviço vai responder por quase 1 milhão de doses produzidas na Bela Vista em 2021, 20% de toda a produção da empresa prevista para o ano. “Hoje temos 40% do mercado de prestação de serviços para terceiros no Brasil”, calcula Pedro Araújo, gerente comercial da Bela Vista.

Da coleta ao setor de envase, o sêmen viaja em tubulações a vácuo

Ocupando uma área de 130 hectares, a Bela Vista é um “showcase” no setor. Suas instalações modernas acomodam touros de empresas comercializadoras de sêmen e dos produtores independentes, que somam cerca de 120 clientes no país e no exterior.

O sêmen recolhido e encapsulado em containeres especiais, é transportado da central de coleta à área de envase por meio de uma tubulação subterrânea a vácuo. “Em menos de 20 segundos, o material já está em área controlada”, comenta Sanches. Há um laboratório de testes com equipameto de última geração para controle genético e de qualidade espermática. As máquinas de envase produzem as palhetas com cores diferenciadas (verde para gado de corte, amarelo para gado de leite), novidade que aumenta a segurança na identificação, manuseio e uso final das doses.

Para os chamados terceiros, a Bela Vista oferece um pacote de serviços aos clientes que inclui estadia, alimentação, quarentena dos animais, cuidados de saúde, coleta, envase e conservação do sêmen e outros produtos agregados. Os animais passam um período mínimo de três meses na central.

Em fevereiro de 2021, a Bela Vista adquiriu uma área de 58 hectares em Botucatu (SP), a 7 km de distância da sede, que será usada para a produção de alimento para os touros de reprodução. A expectativa é cultivar duas safras de milho por ano, mais forragem.

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