As apólices variam de 3% a 9% do valor do cavalo, considerando fatores como raça, idade e desempenho
Primavera, a primeira égua brasileira a conquistar uma vitória em um campeonato do ciclo olímpico, marcou um feito histórico ao garantir a medalha de ouro no Pan-Americano de Santiago, Chile, em 2023. Reconhecida como uma “joia” do hipismo nacional, Primavera (Chevaux Primavera Império Egípcio) surge como uma esperança promissora de medalhas para o Brasil nas provas de salto, com a condução de Stephan Barcha.
No hipismo, onde a performance dos animais representa 70% do sucesso e a habilidade dos cavaleiros 30%, a atenção dedicada aos equinos de elite, como Primavera, é vital. Segundo Barcha: “Enquanto estou nas competições, meu papel é conduzi-la. No entanto, ela é a verdadeira protagonista. Cuido dela com um carinho e atenção que são ainda maiores do que os que dedico a mim mesmo.”
Com quase 13 anos e atualmente residindo na Bélgica, Primavera possui um seguro abrangente que cobre desde lesões e emergências clínicas até questões como cobertura de vida e até mesmo possíveis furtos. Embora os valores exatos não sejam divulgados – assim como o montante da negociação de sua compra pelo Haras Império Egípcio – é sabido que os preços de seguros para cavalos de competição são bastante elevados e seguem um padrão de alta gama.
Glaucio Toyama, presidente da comissão de seguro rural da Federação Nacional de Seguro Rural (FenSeg), esclarece que os altos valores são reflexo da especialização necessária por parte das seguradoras. “É similar ao seguro de um carro de luxo. O cliente deve buscar uma seguradora especializada, pois é necessário um conhecimento profundo do segmento”, afirma Toyama.
De acordo com Carolina Bonomo, consultora da comissão de seguro rural da FenSeg, o custo da apólice de seguro para um cavalo pode variar de 3% a 9% do seu valor de mercado, levando em conta fatores como raça, idade e estilo de vida do animal. Por exemplo, um cavalo da raça Mangalarga Marchador pode ter um valor estimado em R$ 500 mil. No Brasil, cavalos que competem em nível internacional podem ultrapassar R$ 1 milhão, e alguns podem chegar a custar até R$ 60 milhões no mercado global.
A definição das taxas de seguro é feita de forma personalizada para atender às necessidades específicas dos proprietários. O valor da apólice é determinado com base na cobertura oferecida e nos riscos associados à rotina do animal. Em 2023, o valor total dos prêmios de seguros para cavalos foi aproximadamente R$ 20 milhões por semestre, e há um grande potencial para expansão desse mercado, que atualmente está apenas 0,1% explorado no país, conforme avalia Bonomo.
Desde 2019, o mercado de seguros para cavalos no Brasil vinha crescendo a uma taxa anual de 20%. No entanto, em 2023, esse ritmo de expansão estagnou, conforme dados da FenSeg. As projeções para o primeiro semestre de 2024, no entanto, sugerem um retorno ao crescimento, com uma recuperação mais acentuada nas regiões Sudeste e Sul.
Carolina Bonomo observa que, para sustentar esse crescimento, é essencial o aumento do número de seguradoras especializadas, um segmento ainda muito limitado no país.
Fábio Camargo, veterinário e responsável pelo setor de seguros para animais na FF Seguros, destaca que as apólices tradicionais cobrem acidentes e doenças, tanto em atividades esportivas quanto em situações comuns. No entanto, planos mais abrangentes oferecem benefícios adicionais, como reembolsos para tratamentos veterinários específicos, cobertura para a vida do animal, necropsia e até suporte para reprodução masculina.
Camargo ressalta que o custo das apólices varia conforme os riscos associados a cada animal. “Animais que participam de competições de salto, por exemplo, enfrentam obstáculos de até 1,60m, o que aumenta a probabilidade de fraturas e lesões musculares ou ligamentares. Esses fatores são fundamentais para determinar o valor do seguro”, explica ele.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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