O cavalo crioulo Jacinto Cala Bassa TE, um verdadeiro ícone da raça, foi valorizado em impressionantes R$ 22 milhões, quebrando um recorde de preço que já durava uma década. Jacinto agora se consagra como o cavalo mais caro da história da raça Crioula.
Na última quinta-feira (29), durante a Expointer 2024, considerada uma das maiores feiras a céu aberto, realizada em Esteio, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), um feito histórico marcou o mercado dos cavalos crioulos. A venda de 5% do cavalo Jacinto Cala Bassa TE estabeleceu um novo recorde, superando uma marca que perdurava por mais de uma década. Com apenas 6 anos, o animal de pelagem colorada foi avaliado em impressionantes R$ 22 milhões, tornando-se o cavalo mais caro da raça até hoje.
A extraordinária valorização do equino é reflexo não apenas de sua linhagem prestigiosa, mas também de suas conquistas nas competições e de seu perfil promissor. Ao participar de eventos como a Expointer, Bocal de Ouro e leilões renomados, o Jacinto Cala Bassa TE viu seu valor crescer consistentemente, tornando-se o cavalo mais caro da história da raça Crioula.
O leilão, realizado no coração da maior feira agropecuária da América Latina, refletiu o prestígio e a importância do cavalo crioulo no cenário nacional. Desde 1982, a Expointer tem sido palco do Freio de Ouro, a competição mais prestigiada competição da raça. Vencer essa prova exige desempenho excepcional em sete testes funcionais, além de etapas classificatórias rigorosas. Ter um cavalo ou égua com este título ou descendentes de campeões não só valoriza a genética de uma cabanha, como também impulsiona os preços no mercado.
Jacinto Cala Bassa TE carrega uma genética notável, sendo filho de dois campeões renomados: AS Malke Sedutor e Dinastia Cala Bassa – uma das éguas mais prestigiadas e conceituadas entre os criadores da raça. Além disso, a trajetória que vem sendo escrita por esse animal nas pistas e competições é, com certeza, um dos principais fatores que contribuíram para que ele torna-se o cavalo crioulo mais caro da história, superando o JLS Hermoso.
Após uma trajetória de ascensão nas competições, o Jacinto Cala Bassa TE, consolidou seu status ao vencer o Bocal de Ouro 2024. Em uma disputa acirrada, ele garantiu o bronze na final do Freio de Ouro, realizada no último sábado, ficando atrás apenas de Jalisco da GAP São Pedro, que se sagrou campeão.
“A valorização da raça hoje se deve pela exigência de criadores e usuários. Todo mundo quer cavalo bom e bonito”, destacou Santiago Fonseca Macedo, dono da Macedo Leilões Rurais, responsável pela venda de Jacinto. Segundo ele, a combinação de beleza e funcionalidade torna Jacinto um exemplar cobiçado no mundo dos cavalos crioulos.
O sucesso de Jacinto Cala Bassa TE não é fruto do acaso. Marcelo Rezende Móglia, criador e ginete responsável pelo animal, dedicou anos de trabalho e cuidado para desenvolver todo o potencial do cavalo. “Ao nascer, ele já era bonito e a gente sempre acreditou nele”, afirmou Móglia, que há 30 anos fundou a Cabanha Cala Bassa.
“Ao nascer, ele já era bonito e a gente sempre acreditou nele”, afirmou Móglia, que há 30 anos fundou a Cabanha Cala Bassa.
A genética é um dos fatores cruciais na valorização dos cavalos crioulos. Jacinto é o mais recente exemplo, mas antes dele, o cavalo JLS Hermoso detinha o título de mais caro da raça, avaliado em cerca de R$ 16,3 milhões. O fator determinante para essa valorização é a potência genética que Hermoso transmitiu à sua prole, incluindo campeões do Freio de Ouro e outros títulos importantes.
A cifra notável de R$ 16,25 milhões obtida na venda do JLS Hermoso, que hoje tem cerca de 27 anos de idade, foi durante o leilão da Cabanha São Rafael e perdurou durante quase uma década na raça. Agora, o pódio de cavalo mais caro da raça Crioulo é assumido pelo Freio de Bronze 2024, Jacinto Cala Bassa TE. O próximo animal que quiser retirar a coroa dele, terá que superar a cifra de R$ 22 milhões.
Apesar do sucesso comercial e genético de Jacinto, a ABCCC (Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos) impõe limites ao número de coberturas anuais para evitar a banalização da genética de animais de alto valor. Cavalos sem mérito têm um limite de 150 coberturas por ano, enquanto os de mérito, como Jacinto, podem ter até 180.
Por que tão valioso?
Em primeiro lugar, a demanda pelo equino é impulsionada por sua trajetória notável nas competições, suas premiações de prestígio e, acima de tudo, pelo prole de campeões que ele gerou. A presença de seus descendentes em eventos renomados, como a Expointer, solidifica não apenas a confiança do garanhão, mas também o torna uma escolha cobiçada para quem busca excelência genética.
Além disso, as próprias classificações de valorização, baseadas no número de padreações para animais classificados no Registro de Mérito da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), acrescentam uma camada adicional de prestígio. A escassez de exemplares que atendem a esses critérios eleva automaticamente o valor de mercado de animais como o: Jacinto Cala Bassa TE e JLS Hermoso, tornando-o um ativo exclusivo e altamente valorizado no cenário equino.
As negociações que envolvem cavalos de alta performance como não são simples transações comerciais; são investimentos estratégicos. Compradores, muitas vezes criadores renomados, buscam não apenas um cavalo para competições imediatas, mas um patriarca ou matriarca capaz de influenciar positivamente as futuras gerações de sua criação. O pedigree desses cavalos, sua linhagem excepcional e suas conquistas notáveis o impõe como um investimento a longo prazo, com potencial para moldar o futuro de um plantel.
Cavalos mais caros da raça Crioulo:
- Jacinto Cala Bassa TE: Valorizado em R$ 22 milhões na Expointer 2024, tornou-se o cavalo mais caro da história da raça Crioula.
- JLS Hermoso: Avaliado em cerca de R$ 17 milhões, manteve o título de cavalo mais caro da raça por mais de uma década.
- Equador de Santa Edwiges: Arrematado por quase R$ 7 milhões aos 10 anos, em 2017. Infelizmente, faleceu um mês após a compra devido a uma infecção no intestino.
- Colibri Matrero: Cavalo lendário da cabanha uruguaia La Pacifica, vencedor de três Freios de Ouro consecutivos. Seu valor não é conhecido, pois nunca foi posto à venda.
Crescimento da raça Crioulo
A valorização e expansão da raça não se limitam ao Rio Grande do Sul. César Hax, presidente da ABCCC, revelou que nos últimos dois anos, a associação viu um crescimento significativo fora do estado, com mais de cinco mil sócios em todo o Brasil. “Nos últimos dois anos, crescemos significativamente e fora do estado, o que mostra que o trabalho de expansão e desenvolvimento da raça está OK”, afirmou Hax, em matéria divulgada por Fernanda Canofre na UOL.
”Nunca tivemos tantos sócios, temos hoje mais de cinco mil, 30% deles fora do Rio Grande do Sul pela primeira vez. Nos últimos dois anos, crescemos significativamente e fora do estado, o que mostra que o trabalho de expansão e desenvolvimento da raça está OK”, completou ainda César Hax.
O sucesso de Jacinto Cala Bassa TE na Expointer 2024 não só marca um novo capítulo na história do cavalo crioulo, mas também reflete a força e o potencial de crescimento da raça em todo o Brasil. A combinação de genética superior, performance em competições e a dedicação de criadores visionários continua a impulsionar o mercado e a garantir o prestígio do cavalo crioulo no cenário nacional e internacional.
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