Cavalo Crioulo crava novo recorde em vendas na Expointer

Cavalo Crioulo ultrapassa os R$ 16 milhões em vendas na Expointer com direito a um recorde; Cavalo Jacinto Cala Bassa foi o destaque na comercialização na feira onde virou o exemplar mais valorizado da história na raça, atingindo R$ 22 milhões

O Cavalo Crioulo brilhou nos negócios na Expointer 2024, alcançando cifras inéditas. As vendas realizadas em sete remates, promovidos durante a feira no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS), somaram um total de R$ 16.679.500,00, confirmando o bom momento vivido pela raça. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), César Hax, destacou o sucesso e a alta qualidade dos animais apresentados na feira.

Desde 1982, a Expointer tem sido palco do Freio de Ouro, a competição mais prestigiada competição da raça. Vencer essa prova exige desempenho excepcional em sete testes funcionais, além de etapas classificatórias rigorosas. Ter um cavalo ou égua com este título ou descendentes de campeões não só valoriza a genética de uma cabanha, como também impulsiona os preços no mercado.

Talvez nunca antes na história da Expointer tenhamos tido remates com tanta qualidade. O que estamos vendo é a grande valorização da raça Crioula. Isso reflete o trabalho árduo de criadores e selecionadores, que fizeram da raça uma das mais prestigiadas no mercado. Os compradores não estão apenas adquirindo um cavalo, mas também sua genética, as provas em que ele participou, e a cultura que cerca o Crioulo”, comentou Hax.

O grande destaque do evento foi a venda de duas cotas de 2,5% do cavalo Jacinto Cala Bassa-TE, que recentemente conquistou o Freio de Bronze. O animal atingiu a incrível marca de R$ 22 milhões, tornando-se o cavalo Crioulo mais caro da história, ultrapassando o recorde anterior de JLS Hermoso. Jacinto Cala Bassa-TE já tinha se destacado ao conquistar o Reservado Grande Campeonato na Morfologia da Expointer e o Bocal de Ouro, o que ajudou a impulsionar sua valorização no mercado.

JACINTO CALA BASSA-TE
JACINTO CALA BASSA-TE. Foto: Felipe Ulbrich

“A valorização da raça hoje se deve pela exigência de criadores e usuários. Todo mundo quer cavalo bom e bonito”, destacou Santiago Fonseca Macedo, dono da Macedo Leilões Rurais, responsável pela venda de Jacinto. Segundo ele, a combinação de beleza e funcionalidade torna Jacinto um exemplar cobiçado no mundo dos cavalos crioulos.

Essa comercialização demonstra a plena confiança dos compradores na raça Crioula e consolida sua posição como uma das mais desejadas em eventos de grande porte como a Expointer.

Por que tão valioso?

Em primeiro lugar, a demanda pelo equino é impulsionada por sua trajetória notável nas competições, suas premiações de prestígio e, acima de tudo, pelo prole de campeões que ele gerou. A presença de seus descendentes em eventos renomados, como a Expointer, solidifica não apenas a confiança do garanhão, mas também o torna uma escolha cobiçada para quem busca excelência genética.

Além disso, as próprias classificações de valorização, baseadas no número de padreações para animais classificados no Registro de Mérito da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), acrescentam uma camada adicional de prestígio. A escassez de exemplares que atendem a esses critérios eleva automaticamente o valor de mercado de animais como o: Jacinto Cala Bassa TE e JLS Hermoso, tornando-o um ativo exclusivo e altamente valorizado no cenário equino.

JLS Hermoso. Foto: JG Martini

As negociações que envolvem cavalos de alta performance como não são simples transações comerciais; são investimentos estratégicos. Compradores, muitas vezes criadores renomados, buscam não apenas um cavalo para competições imediatas, mas um patriarca ou matriarca capaz de influenciar positivamente as futuras gerações de sua criação. O pedigree desses cavalos, sua linhagem excepcional e suas conquistas notáveis ​​o impõe como um investimento a longo prazo, com potencial para moldar o futuro de um plantel.

Cavalos mais caros da raça Crioulo:

  • Jacinto Cala Bassa TE: Valorizado em R$ 22 milhões na Expointer 2024, tornou-se o cavalo mais caro da história da raça Crioula.
  • JLS Hermoso: Avaliado em cerca de R$ 17 milhões, manteve o título de cavalo mais caro da raça por mais de uma década.
  • Equador de Santa Edwiges: Arrematado por quase R$ 7 milhões aos 10 anos, em 2017. Infelizmente, faleceu um mês após a compra devido a uma infecção no intestino.
  • Colibri Matrero: Cavalo lendário da cabanha uruguaia La Pacifica, vencedor de três Freios de Ouro consecutivos. Seu valor não é conhecido, pois nunca foi posto à venda.

Crescimento da raça Crioulo

A valorização e expansão da raça não se limitam ao Rio Grande do Sul. César Hax, presidente da ABCCC, revelou que nos últimos dois anos, a associação viu um crescimento significativo fora do estado, com mais de cinco mil sócios em todo o Brasil. “Nos últimos dois anos, crescemos significativamente e fora do estado, o que mostra que o trabalho de expansão e desenvolvimento da raça está OK”, afirmou Hax, em matéria divulgada por Fernanda Canofre na UOL.

”Nunca tivemos tantos sócios, temos hoje mais de cinco mil, 30% deles fora do Rio Grande do Sul pela primeira vez. Nos últimos dois anos, crescemos significativamente e fora do estado, o que mostra que o trabalho de expansão e desenvolvimento da raça está OK”, completou ainda César Hax.

O sucesso de Jacinto Cala Bassa TE na Expointer 2024 não só marca um novo capítulo na história do cavalo crioulo, mas também reflete a força e o potencial de crescimento da raça em todo o Brasil. A combinação de genética superior, performance em competições e a dedicação de criadores visionários continua a impulsionar o mercado e a garantir o prestígio do cavalo crioulo no cenário nacional e internacional.

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