Nos últimos tempos tenho sido muito questionado por criadores e produtores de terneiros sobre se devem ou não castrar sua produção.
Prontamente, respondo que não tenho a menor dúvida (opinião particular minha, e espero que respeitem, apesar de alguns discordarem), de que na conjuntura atual de mercado, sou totalmente a favor de que deixem seus terneiros INTEIROS, pelo menos, nos primeiros meses até o começo da safra, até eles atingirem algum determinado peso.
E digo isso por diversos motivos, entre eles a valorização que TERNEIROS INTEIROS ultimamente têm tido em relação aos castrados no RS.
O mercado gaúcho, de invernadores, principalmente, busca por terneiros castrados, mas um mercado atualmente muito aquecido, onde hoje a procura é maior que a oferta, como o mercado dos outros estados da federação que comumente vêm buscar animais aqui e o mercado da exportação de gado em pé, basicamente, só compram terneiros INTEIROS, valorizando às vezes até 20% a mais o terneiro INTEIRO em relação ao castrado.
Não se baseando somente nestes aspectos, produtores que vendem terneiros, ao não castrar, permitem que sua produção não passe pelo stress, perda de peso, entre outras coisas.
Então agora eu pergunto:
-Porque não aguardar para castrar em outra fase, castrar no inverno, se caso após a época de maior concentração de vendas como a safra de março, abril, maio e até junho não tiver conseguido vender a estes mercados que citei anteriormente?
-Se os mercados melhores pagadores pedem terneiros inteiros, por que vamos nadar contra a maré, castrando ao nascer?
-Porque descartar este mercado tão prematuramente?
Por isso que sempre falo:
A questão não é castrar ou não castrar, a questão que deve ser discutida é a época em que devemos fazer ou não este manejo
Se o mercado de inteiros não estiver bom até uma determinada data que não altere tanto o manejo da fazenda no dia a dia, castre, mas não perca a oportunidade de atender ao mercado de inteiros, pelo menos por algum tempo.
Após castração, não tem mais como colar suas bolas para torná-los inteiros novamente, mas se o mercado se tornar favorável aos castrados, é só fazê-la.
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Portanto não vejo por que a dúvida e a discussão, em alguns casos, até ferrenha sobre isso.
Meu conselho: inicialmente não castre, não vá com tanta sede ao pote, aguarde e depois de estudar os mercados e ver como estão se comportando, aí sim, decida qual a melhor opção para você.
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Por: Méd. Veterinário Eduardo Lund
Fonte: Assessoria Agropecuária