Método utiliza injeções locais à base de papaína e ácido lático, com rápida recuperação do animal, evitando contaminações a campo e favorecendo o ganho de peso em menos tempo.
Motivado pela questão do bem-estar animal, o médico veterinário Marcelo Vivacqua começou a pesquisar maneiras de minimizar o estresse e o sofrimento dos animais submetidos à castração convencional. E, após cerca de 10 anos de pesquisas em conjunto com várias instituições de ensino (Universidade Federal de Viçosa, Universidade Estadual do Norte Fluminense e a Facastelo-ES), Vivacqua desenvolveu o método de castração orgânica de mamíferos, que já está sendo utilizado, de forma experimental – com sucesso – em fazendas da região Sudeste, Norte e Centro-Oeste do país.
Superando as expectativas iniciais, o método tem mostrado uma série de outros benefícios adicionais. O principal deles é o desempenho superior em ganho de peso dos animais castrados de forma orgânica, quando comparados com os castrados da maneira cirúrgica tradicional.
Além disso, com a pressão crescente dos consumidores quanto aos aspectos ligados ao bem-estar animal, a castração cirúrgica deve cair em desuso, como já acontece na maioria dos países europeus. Lá, tal prática não é permitida sem anestesia prévia. Diante disso, métodos alternativos de castração não-cirúrgica serão incorporados à rotina das propriedades rurais que primam pela produção de carne de qualidade.
Bons resultados
No Mato Grosso do Sul, na cidade de Bonito, o médico veterinário Diogo Vivacqua de Lima está coordenando um trabalho na Fazenda América, do pecuarista Luiz Brito, com o objetivo de identificar o melhor peso e idade para castração. Resultados preliminares demonstraram que os animais castrados mais jovens, pesando até 360 kg, tiveram um melhor desempenho do que os castrados com cerca de 420 kg.
Em outro experimento conduzido na Fazenda Jaop, no Espírito Santo, os animais do lote submetidos à castração orgânica, apresentaram um ganho de peso superior quando comparados aos submetidos à cirurgia, inclusive com um rendimento de carcaça 2% superior, gerando um lucro de 19,7 kg no peso de carcaça final de cada animal.
- ABIC realiza final do Campeonato Brasileiro de Blends de Café na SIC 2024, em Belo Horizonte (MG)
- Um jantar com Xi Jinping: veja como foi o encontro que reuniu o líder chinês e representantes do Agro brasileiro
- Câmara aprova regulamentação do mercado de carbono, e projeto vai à sanção
- Tétano em equinos: conheça os riscos, formas de prevenção e tratamento
- Carrefour diz que veto à venda de carne do Mercosul vale só para lojas da França
Vantagens sobre métodos tradicionais
Sob o risco de hemorragias, infecções, tétano e problemas que resultam em gastos com mão de obra, a utilização incorreta do burdizzo (alicate ou emasculador) para a castração pode levar a um processo inflamatório de grandes proporções. O prejuízo é sentido na perda de peso do animal, utilização de medicamentos, necessidade de uma cirurgia, podendo, inclusive, ocasionar até mesmo a morte do animal. A castração cirúrgica requer mais cuidados médicos, com a ida dos animais, no mínimo, duas vezes ao curral.
Com o uso da substância orgânica, não é necessário o uso de outros medicamentos e não ocorre perda de peso. Soma-se a essas vantagens, o fato de a prática ser humana e ecologicamente correta, pois não provoca dor nos animais tratados. Quanto ao produto, por ter princípios ativos naturais, não causa contaminação na carne e do meio ambiente por ocasião da eliminação das secreções corpóreas (saliva, fezes e urina).
- Melhoramento Genético:
- Como escolher touros que serão usados na vacada, dicas essenciais
- Investir em genética é segredo de lucro na pecuária
- Vaca Nelore: Sem reposição não há cruzamento
- Importância de seleção e melhoramento genético na pecuária
- IATF: cuidados com o sêmen congelado
- Além de Angus com vacada Nelore, qual outra raça utilizar?
- Qual melhor opção: Nelore ou gado cruzado?
- Saiba tudo sobre Melhoramento Genético em Bovinos
Os princípios ativos do produto são à base de ácido lático e papaína, que têm efeito esclerosante. Sua ação, logo ao entrar em contato com o tecido testicular, induz, inicialmente, um processo inflamatório e, posteriormente, a uma substituição deste tecido por tecido fibroso. O produto também contém uma enzima biológica que promove a digestão do tecido testicular, permitindo que o medicamento tenha o seu efeito potencializado.
Por ser um método de castração que não requer cirurgia, é indicado para a eliminação da síntese testicular de testosterona de ruminantes como bovinos, ovinos e caprinos. O produto também pode ser utilizado na epidídimocaudectomia, na qual se deseja a esterilização sexual com a manutenção da libido.
Conversamos com o representante da Bopriva, saiba na prática com usar a castração imunológica.
Fonte sna.agr.br