De acordo com Ricardo Santin, cerca de quatro a cinco mercados podem ser fechados temporariamente caso a doença chegue a produção industrial do país.
A possibilidade de o Brasil ter registro de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1), em plantel comercial, poderia limitar a comercialização de frango do país para, pelo menos, cinco mercados. A avaliação foi feita pelo presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.
“A doença não traz risco para os humanos, mas para as relações comerciais”, destacou Santin.
Sobre o tema, Santin esclareceu que o governo brasileiro tem um plano estratégico para lidar com a situação e que trabalha com protocolos para evitar a entrada da doença.
“Seriam de quatro a cinco mercados que poderiam ser fechados temporariamente (caso a doença avance para a produção industrial do Brasil). O Brasil já está em contato com eles”, explicou, sem citar quais seriam esses mercados. O Brasil nunca registrou a doença em seu território.
Santin destacou que boa parte da América Latina tem registro da doença e que nos Estados Unidos e União Europeia a enfermidade virou endêmica. Segundo o presidente da ABPA, caso se tenha registro de gripe aviária em território nacional, o Brasil terá de “conviver com a doença” e mantê-la longe dos plantéis.
Gripe aviária na Argentina
Com relação ao aumento dos casos de gripe aviária na Argentina, assim como a confirmação da doença em uma granja comercial, pela primeira vez, o nível do risco de a doença chegar ao território brasileiro aumenta.
“Uma conjunção de equívocos contribuiu para que a enfermidade chegasse à produção industrial no país vizinho. Isso aumenta os cuidados que o Brasil adota em relação à doença”, disse Santin.
Após o caso, a Argentina suspendeu temporariamente as suas exportações de produtos avícolas.
“O governo brasileiro está atuando, mas o risco de se ter casos da doença está em todo o território. Há uma suspeita todo dia. Por isso, não dá pra dizer se seria em um lugar ou no outro. O risco deve persistir para além dos meses de passagem das aves migratórias, até abril, que eram considerados os períodos de risco mais elevados por causa dos casos nos países vizinhos. Então ele permanece”, destaca.
Santin finalizou, ainda, dizendo que “se acontecer, nós teremos que conviver”.
Fonte: Estadão Conteúdo
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