Casos atípicos da “Vaca Louca” não precisam ser informados

Uma grande vitória foi anunciada pelo MAPA: Casos atípicos de “vaca louca” não precisam mais ser informados à OMSA; Com isso, a medida fortalece o Brasil na discussão sobre mudanças no acordo bilateral com a China.

Durante a 90ª Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em Paris, na França, a delegação brasileira do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), destacou a aprovação da resolução que alterou o tratamento dado para a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), popularmente conhecida como “vaca louca”.

A OMSA aprovou uma resolução que desobriga os países a notificarem os casos atípicos da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como o “mal da vaca louca”. Agora apenas os registros de episódios clássicos da doença deverão ser informados à autoridade sanitária. Representantes brasileiros que participaram da 90ª Assembleia Mundial de Delegados da OMSA, na semana passada, em Paris, na França, comemoraram a medida.

Segundo os especialistas, a expectativa é que a nova orientação sobre a doença possa ajudar o Brasil na revisão de protocolos sanitários com importantes parceiros comerciais, principalmente com a China, e assim e evitar novos embargos para exportação de carne bovina brasileira. Relembramos que ainda neste ano, tivemos um embargo de dois meses nas exportações, por conta do protocolo assinado em relação a doença.

Uma grande vitória! Com isso, a medida fortalece o Brasil na discussão sobre mudanças no acordo bilateral com a China.

“Outro destaque muito importante na Assembleia Mundial da OMSA foi a aprovação da resolução que alterou o tratamento dado para a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB). Agora, os países não são mais obrigados a notificar casos atípicos da doença, o que é um ganho muito positivo para países como o Brasil, pois pode favorecer em futuras discussões técnicas de revisão de protocolo com os países importadores”, informou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, em nota divulgada nesta segunda-feira.

Mas quais as diferenças entre o caso atípico do mal da vaca louca e o caso clássico?

Caso clássico – está relacionado à ingestão de produtos de origem animal por bovinos contaminados. Foi o que aconteceu no Reino Unido nos anos 1980 e 1990, quando animais receberam produtos de origem animal na alimentação (como farinha de ossos), gerando surtos da doença. Isso também poderia gerar problemas para seres humanos que eventualmente consumissem a carne dos animais afetados.

Caso atípico – essa forma ocorre geralmente em bovinos mais velhos, que espontaneamente desenvolvem uma proteína defeituosa que atinge o sistema nervoso central. A forma atípica não gera riscos de disseminação ao rebanho, nem ao ser humano.

Situação brasileira em relação aos casos de “vaca louca”

É preciso pontuar e deixar claro que, o Brasil nunca registrou um caso clássico da doença, mas já reportou seis episódios atípicos de EEB em 23 anos de vigilância no país. O mais recente foi em fevereiro, em um animal de nove anos de idade de uma fazenda no Pará. Casos esse que gerou um embargo temporário por parte da gigante asiática.

De acordo com os padrões da OMSA, o Brasil ainda é considerado um país de risco insignificante para a doença, o que justificaria um protocolo menos rígido.

O governo brasileiro deve propor mudanças no protocolo sanitário com a China ainda este ano. A expectativa é que o tema entre na pauta da reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que será realizada em agosto. A resolução aprovada pela Omsa deve favorecer essas negociações.

“E o Brasil sempre tratou o assunto com muita seriedade e transparência, ganhando credibilidade. Com isso, talvez seja possível discutir isso na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), que acontece em agosto, porque temos credibilidade para isso. Mas será tudo ao seu tempo”, apontou o Ministro do MAPA, Carlos Fávaro.

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