Caso de vaca louca ameaça exportação de carne bovina brasileira para a China

Laudos realizados no Brasil deram positivo para a variedade atípica da doença, agora o Mapa aguarda o resultado da contraprova enviada ao Canadá.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) investiga um caso suspeito do “mal da vaca louca” (Encefalopatia Espongiforme Bovina) em um animal no Estado do Pará. “Acerca do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina (Mal da “vaca louca”), todas as medidas estão sendo adotadas pelos governos. A suspeita já foi submetida a análise laboratorial para a confirmação ou não e, a partir do resultado, serão aplicadas imediatamente as ações cabíveis”, informou em comunicado.

A morte em pasto aumenta as chances de que o suposto caso de vaca louca tenha se originado de forma “atípica”, espontaneamente na natureza, em vez de ser transmitido pela ingestão de ração animal contaminada. Isso, em tese, reduz as chances de imposições de barreiras comerciais.

Laudos realizados no Brasil deram positivo para a variedade atípica da doença, agora o Mapa aguarda o resultado da contraprova enviada ao Canadá.

Se houver a confirmação canadense, as exportações de carne bovina para a China devem ser suspensas. É o que determina o protocolo sanitário acordado entre os dois países desde junho de 2015, pelo qual o Brasil precisa comunicar o caso a Pequim e promover um auto embargo nos embarques, com a suspensão imediata das exportações.

O embargo é temporário, mas o tempo de duração é indeterminado. A última vez que um caso foi confirmado no Brasil foi em 2021, com registros em Minas Gerais e no Mato Grosso. As exportações para o país asiático foram suspensas entre setembro e dezembro daquele mesmo ano, com o preço médio de exportação da carne bovina caindo 20% naquele período.

Dois anos antes, 2019, um outro caso atípico foi confirmado, e o protocolo também foi acionado – mas naquela ocasião o embargo durou apenas 13 dias, sem grandes prejuízos à cadeia.

Até hoje, o Brasil não registrou casos clássicos de vaca louca, provocado pela ingestão de carnes e pedaços de ossos contaminados. Causado por um príon, molécula de proteína sem código genético, o mal da vaca louca é uma doença degenerativa também chamada de encefalite espongiforme bovina. As proteínas modificadas consomem o cérebro do animal, tornando-o comparável a uma esponja.

Além de bois e vacas, a doença acomete búfalos, ovelhas e cabras. A ingestão de carne e de subprodutos dos animais contaminados com os príons provoca, nos seres humanos, a encefalopatia espongiforme transmissível. No fim dos anos 1990, houve um surto de casos de mal da vaca louca em humanos na Grã-Bretanha, que provocou a suspensão do consumo de carne bovina no país por vários meses. Na ocasião, a doença foi transmitida aos seres humanos por meio de bois alimentados com ração animal contaminada.

Fonte: Com informações de Alexandre Inacio do Brazil Journal e da Agência Brasil

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