Se você dá pro bovino comer o que você quer, ele vai te dar em carne o que ele quer; mas se você der pro bovino comer o que ele quer, então ele vai te dar a carne que você quer
A frase campeira, sublinhada pelo confinador Douglas Rietjens, da Agropecuária e Confinamento Ribeirão, de Chapada, no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, ilustra bem o que o pecuarista precisa fazer para alimentar bem seus animais e conseguir produzir carcaças de real qualidade, recheadas com carne gourmet. Para ele, genética, alimentação, manejo, sanidade, experiência, olho treinado para identificar bons novilhos e muita dedicação, são os segredos para a produção de carcaças de novilhos cruzas Angus que rendem no mínimo 270 kg de carcaça.
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Rietjens não é selecionador de Angus. É um especialista em confinamento, mantendo em média 850 animais confinados em processo de produ- ção. Ele usa a genética Angus para a geração de carne gourmet sob encomenda para a casa de carnes especiais Intermezzo Gourmet e para ser servida numa das mais qualificadas churrascarias do Brasil, Carne gourmet por encomenda a Varanda Gourmet (Varanda Jardins e Varanda JK), ambas em São Paulo, SP.
Parece fácil
Tudo começa com a aquisi- ção dos novilhos. “Tem que ter o olho treinado para escolher bons novilhos Angus pretos ou vermelhos resultantes de cruzamento”, adverte o confinador, que cuida e decide pessoalmente sobre todas as etapas da produção.
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“Compro esses novilhos durante todo o ano de meia dúzia de parceiros no Rio Grande do Sul. Produtores que fazem um novilho com grau racial Angus muito forte e muito bem recriados, pois isso é fundamental para podermos ter um animal, no final do confinamento, apresentando uma bela e correta carcaça no frigorífico”, descreve ele. E entre esses criadores parceiros, Rietjens destaca a AML Agropecuária, de Livramento e Manoel Vianna. “Eles produzem novilhos de cinema”, qualifica”.
Esses animais, adquiridos com idade de zero a dois dentes, ficam em confinamento entre 150 a 180 dias, com água à vontade e alimentados no cocho com silagem de milho, milho, farelo de soja e núcleo (mix de minerais e vitaminas/ Crina Rumistar, da DSM). E toda a alimentação é produzida na propriedade.
O novilho só é abatido a partir do peso vivo de 540 kg, para render uma carcaça pesada e de alta qualidade. Ao mês, são abatidos na planta do frigorífico Marfrig, em Bagé, RS, de 170 a 180 cabeças, que resultam para Rietjens bonificações 10% acima do mercado. As entregas da carne são semanais ou quinzenais, que o frigorífico faz ao cliente de Rietjens, em São Paulo, SP.
Gordura Uniforme
Ele aponta que as carcaças que produz precisam ter acabamento de gordura número 4. No Programa Carne Angus Certificada, a classificação da carcaça quanto ao acabamento de gordura segue os seguintes critérios: número 1 – Ausente, 2 – Escassa, 3 – Mediana, 4 – Uniforme e 5 – Excessiva. No programa são aceitos animais com no mínimo gordura mediana – a camada de gordura deve cobrir toda carcaça, com mínimo 3 – 6 milímetros.
E a carcaça tipo 4 é a ideal, com capa de gordura cobrindo consistentemente a carcaça, apresentando de 6 a 8 milímetros de espessura. E os cruzamentos precisam apresentar um ótimo grau de sangue Angus e uma pequena participa- ção de sangue zebuíno.
Douglas Rietjens trabalha com confinamento de gado para abate desde 2009, e garante que a carne resultante de seus animais confinados apresenta padrões bem acima da média, com excelente marmoreio, maciez, suculência e sabor inigualáveis. “Minha experiência me diz que é a soma de todas essas ações que resultam numa carcaça superior, carregada de carne gourmet”, orgulha-se Douglas Rietjens.
Por Eduardo Fehn Teixeira Reprodução do Jornal @Angus