No Brasil, estima-se um número de 7,37 milhões de cabeças confinadas em 2024 – c. 3,1% do rebanho bovino nacional.
O confinamento de bovinos é um sistema de criação intensiva em que os animais são mantidos em espaços limitados, com alimentação e água fornecidas de forma controlada. A utilização desse sistema permite o abate de animais mais jovens, produzindo carne de melhor qualidade, aumento do peso de abate e melhor rendimento de carcaça. No Brasil, estima-se um número de 7,37 milhões de cabeças confinadas em 2024 – c. 3,1% do rebanho bovino nacional.
Considerando uma dieta composta por 20% de volumoso e 80% de concentrado, os bovinos confinados consomem, em média, 15 kg/cabeça/dia de matéria natural. Ainda, levando em conta 90% de digestibilidade para os concentrados e 30% para os volumosos, projeta-se uma produção mínima de 3,3kg/cabeça/dia de dejetos por animal confinado. A projeção é mínima pois, não é, de maneira técnica, o correto utilizar digestibilidade para esse cálculo, no entanto, a fim de manter a simplicidade e somente uma noção de grandeza, o cálculo é válido.
Percebe-se, portanto, a grande produção desses resíduos em sistemas de confinamento. Em levantamento realizado pela expedição Confina Brasil 2024 (confira o estudo completo aqui), organizada pela Scot Consultoria, 92,5% de 218 confinamentos pesquisados coletam os dejetos gerados. Dentre essas propriedades, 96,2% utilizam esse material para a adubação de lavouras ou pastagens próprias e 12% relataram que também comercializam o produto, vendidos como biofertilizantes.
A fim de melhorar as qualidades do dejeto e sua aplicação na lavoura, os dejetos devem passar pelo processo de compostagem. A compostagem emerge como uma solução eficaz para o tratamento desses resíduos, oferecendo diversos benefícios, como a redução do volume e da massa dos resíduos, eliminação de patógenos e a produção de um fertilizante orgânico de alta qualidade.
Durante o processo, é feito a adição de diversos produtos aos dejetos, como forma de incrementar a composição química. Fosforita, bagaço de cana, serragem, calcário e gesso agrícolas e probióticos são alguns dos exemplos.
Para a compostagem, os dejetos são coletados das baias com o auxílio de pás carregadeiras e carretas, e transportados até o local de compostagem, onde são dispostos em leiras e misturados com os materiais supracitados. A cada sete dias, em média, realiza-se a aeração do material, que pode ser realizada com o uso de implementos específicos para isso, como uma compostadeira (figura 1). As leiras permanecem em compostagem por períodos de um até três meses.
Figura 1.
Compostadeira de resíduos orgânicos.
Com base em dados empíricos, projeta-se a deposição de 1,0kg/cabeça/dia de esterco após o giro dos confinamentos, um número menor aos 3,3kg/cabeça/dia de dejetos produzidos, devido aos processos de degradação da matéria orgânica.
Estimamos, dessa forma, a produção de 2,69 milhões de toneladas de esterco bovino anualmente em confinamentos brasileiros. Considerando um preço médio de venda de R$130,00/t, projetamos um mercado com valores de até R$350 milhões. Caso o material passe pelo processo de compostagem, agrega-se valor, e os preços podem subir a até RS160,00/t, puxando a projeção de valor do mercado para cima.
Referências bibliográficas – consulte a Scot Consultoria 17 3343 5111
Fonte: Scot Consultoria
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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