As carnes vermelhas possuem mais ferro do que as carnes brancas, uma vez que a mioglobina é rica em ferro, o mineral que liga o oxigênio
Muitas pessoas pensam que a carne, sobretudo a vermelha, é altamente prejudicial à saúde, o quê faz com que a carne tenha uma má reputação. Porém, ao contrário disto, a carne possui propriedades únicas, que tornam o alimento mais nutritivo, mais fácil de digerir e menos propensa a irritar o corpo do que os vegetais.
Feita de fibras musculares de animais, a carne vêm em dois tipos principais: rápidas e lentas. As fibras “lentas” são as musculares escuras, projetadas para atividades de resistência; as fibras “rápidas” que são projetadas para rajadas rápidas de atividade e se cansam facilmente. Sendo assim, as fibras musculares escuras têm maiores necessidades energéticas.
Os músculos precisam de uma fonte de energia (gordura), para produzirem energia, precisam de oxigênio para queimar a gordura e de vitaminas e minerais para executar as reações que liberam a energia da gordura. As carnes escuras geralmente contêm mais gordura, vitaminas e minerais do que as carnes claras/brancas.
A fim de manter o oxigênio, as fibras musculares escuras necessitam de quantidades maiores de uma proteína transportadora de oxigênio, a chamada mioglobina, a qual é vermelha, e é ela que faz com que a carne tenha esta cor.
As carnes vermelhas possuem mais ferro do que as carnes brancas, uma vez que a mioglobina é rica em ferro, o mineral que liga o oxigênio. Como a maioria das carnes escuras contém mais gordura do que as carnes claras, elas podem ser mais calóricas. Não obstante, como as carnes escuras também contêm mais minerais e vitaminas B, elas são de fato são mais nutritivas do que as carnes claras.
Você sabia que todos os tipos de carne, seja de mamíferos, aves ou peixes – vermelha, clara e branca – contêm aproximadamente a mesma quantidade de colesterol? Não há mais colesterol em meio quilo de bife do que em meio quilo de frango.
Diversos estudos de pesquisadores da área da cardiologia finalmente refutaram os mitos de que gordura, carne e colesterol na dieta são causadores de doenças cardíacas. Algumas das dietas mais saudáveis da história, na verdade, foram muito ricas em carne e gordura animal. A humanidade comeu carne animal, gordura animal e colesterol por cerca de dois milhões de anos, mas as doenças cardíacas só têm sido um grande problema para nós há cerca de 50 anos. O mais provável, portanto, é que seja algo novo em nossas dietas; a evidência atual aponta para carboidratos refinados e de alto índice glicêmico, não gordura, carne ou colesterol.
Também já foram divulgados numerosos estudos alegando, erroneamente, que a carne vermelha é vinculada ao câncer (particularmente ao câncer de cólon), não obstante, esses foram estudos epidemiológicos fracos e não são representativos dos resultados no campo como um todo. O fato é que os estudos de carne e câncer produzem resultados muito mistos. Inúmeros estudos não mostram nenhuma conexão entre carne e câncer, e alguns estudos até mostram um benefício protetor. Simplesmente não há evidências científicas sólidas para apoiar a crença de que a carne vermelha aumenta o risco de câncer.
Infelizmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, em outubro de 2015, que as carnes vermelhas e processadas causam câncer. O relatório da OMS não traz informações concretas. As carnes carbonizadas e carnes defumadas à lenha contêm “PAHs” (hidrocarbonetos aromáticos policíclicos) e “HCAs” (aminas heterocíclicas). PAHs e HCAs demonstraram causar câncer em animais de laboratório, no entanto, estudos em humanos são limitados a estudos epidemiológicos, e mesmo estes foram inconclusivos.
Fato é que as carnes contêm todas as proteínas, gorduras, vitaminas e minerais que os humanos precisam para funcionar. Eles contêm absolutamente tudo o que precisamos nas proporções certas. Há de se lembrar, durante a maior parte da história da humanidade, esses teriam sido os únicos alimentos disponíveis em quase todos os lugares do planeta em todas as estações.
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