As carnes obtiveram em setembro receita próxima dos US$2 bilhões, o melhor resultado mensal da história do setor. Confira abaixo os valores!
As exportações de carne bovina do Brasil encerraram o mês de setembro com alta de 31,38%. No mês passado, as vendas externas do produto atingiram o volume de 187,1 mil toneladas, ante 142,3 mil toneladas exportadas em setembro de 2020. Os dados foram divulgados na sexta, 1, pelo Ministério da Economia.
O Brasil vendeu mais carne bovina mesmo com após a suspensão dos embarques para a China, anunciada em 4 de setembro, após a confirmação de dois casos atípicos do “mal da vaca louca”.
Segundo o analista da Agrifatto, Yago Travagini, a alta das exportações se explica pois os frigoríficos correram para vender a carne já certificada pelo Ministério da Agricultura (Mapa), que estavam em seus estoques.
No entanto, o segundo Travagini, a ausência da China, principal importador da carne bovina brasileira, terá reflexos nos resultados das exportações em outubro.
Quando, na última sexta-feira, 1º de outubro, a SECEX/ME divulgou os dados relativos às exportações brasileiras de setembro, a Nação respirou aliviada. É que o temido retrocesso nos embarques de carne bovina – quinto principal produto de exportação do Brasil no presente exercício – não se confirmou. Bem pelo contrário, o desempenho do mês pode ser considerado excepcional. E não só para a carne bovina.
Com o auto embargo nas exportações para a China, declarado pelo Ministério da Agricultura logo nos primeiros dias do mês passado, ficou vedado à carne bovina brasileira o acesso a seu principal mercado neste ano. Daí a expectativa de forte retrocesso nos embarques do produto no mês.
Inversamente, porém, a SECEX/ME registrou aumentou de 31,38% no volume embarcado, desempenho que veio acompanhado de uma melhora de 41,37% no preço médio. Resultado: um aumento de mais de 85% na receita cambial, com resultados que corresponderam a recordes no volume, no preço médio e na receita.
Igualmente significativo foi o aumento nos embarques de carne suína: um terço a mais que em setembro de 2020 e – aparentemente pela primeira vez, considerado apenas o produto in natura – a superação das 100 mil toneladas mensais. Mas como o preço médio, embora maior, registrou aumento moderado (+2,73%), o aumento na receita não teve grande expansão em relação ao volume, ficando em 37,64%.
Mais expressiva, neste caso, foi a evolução da receita cambial da carne de frango: aumento de, praticamente, 55% sobre setembro de 2020, reflexo de aumentos de 21,73% no volume embarcado e de 27,07% no preço médio.
Com tais desempenhos, as carnes obtiveram em setembro receita próxima dos US$2 bilhões, o melhor resultado mensal da história do setor.
- Uso de fertilizantes organominerais ganha espaço na cafeicultura brasileira
- Turquia vai intensificar a compra de 600 mil bovinos vivos do Brasil para frear alta da carne
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
“Para o próximo mês, o mercado vai sentir mais a ausência da China e os números serão ruins, caso a suspensão dos embarques não seja revertida rapidamente. Se chegarmos em 30 de outubro sem a reabilitação dos embarques, o volume exportado pode ficar entre 80 mil a 100 mil toneladas”, prevê o analista.
Ainda segundo o especialista, caso o mercado chinês volte a comprar do Brasil antes do fim deste mês, as exportações de carne bovina podem totalizar de 130 mil a 160 mil toneladas.