A fama da carne do boi Wagyu vem do marmoreio, ou seja, a gordura intramuscular do animal que garante maior suculência e, com isso, deixa a carne supervalorizada!
Considerada a melhor carne bovina do mundo, a carne do Boi japonês Wagyu é fornecida e vendida por empresas brasilienses. O Japão, é o principal produtor da, também, carne mais cara do mundo: o wagyu, que, no Japão, chega a custar, em média, US$ 1.000 o quilo. No Brasil, onde as carnes menos nobres já pesam no bolso do consumidor, o preço médio do quilo é R$ 600, mas também pode ultrapassar R$ 1.000.
O Gado Japonês Wagyu foi inicialmente desenvolvido há 500 anos como animais de trabalho. Recentemente eles foram descobertos pela sua qualidade extraordinário da carne, resultando em bovinos da raça mais cobiçada do mundo.
Mas agora, é aqui no Brasil, mais especificamente no Haras Rancho Tokarski, na zona rural de Planaltina, no Distrito Federal (DF) que está se dedicando a criar o gado especialíssimo. “Podemos agora oferecer aos nossos clientes o que é conhecida, mundialmente, como a Ferrari das carnes”, diz Ricardo Furtado, sócio de uma loja de carnes em Brasília.
Para quem não se lembra, em 2019 o Touro Wagyu do Haras Rancho Tokarski conquistou o Campeonato Nacional. O animal tinha pouco mais de quatro anos e sagrou-se vencedor frente a outros sete touros, provenientes de tradicionais produtores brasileiros.
“Com apenas 12 meses ele já havia recebido o título de Reservado Grande Campeão e agora tornou-se campeão. Ou seja, ele estava destinado a sagrar-se vitorioso. Por isso, já estamos negociando além de seus descendentes, também seu sêmen”, ressaltou a veterinária Sarah Rocha, responsável pelos rebanhos há oito anos.
Esta não foi a primeira vez que um animal do haras é premiado. Em 2016, a Wagyu Angélica Elka superou 150 animais na Exposição Agropecuária de Maringá, Paraná, tornando-se a grande campeã nacional do ano.
A maciez e o sabor inigualável dos cortes que derretem na boca graças ao marmoreio da carne, conquistam cada vez mais entusiastas. Como se não bastasse, ainda é mais saudável que as demais, com gorduras não saturadas e rica em ômega-3 e ômega-6. De acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Wagyu, o rebanho dessa raça no Brasil soma 7 mil exemplares puros de origem e 40 mil, considerando os cruzamentos.
Outras curiosidades
O boi japonês também ficou famoso por conta das “mordomias” que recebia, como beber cerveja e receber massagem. Esse tratamento todo especial era muito praticado no Japão antigamente, mas não existe mais na maioria das fazendas e nem é mais visto nos grandes confinamentos do país.
Acreditava-se que a cerveja facilitaria a digestão do animal, ao provocar relaxamento, enquanto a massagem atuaria como drenagem linfática, ajudando na infiltração de gordura para a formação marmoreio.
Cortes menos caros
O preço do quilo do Wagyu vai depender muito do grau do marmoreio, tipo de corte e local onde a compra é feita. Em algumas boutiques de carne da cidade de São Paulo, por exemplo, carnes extraídas do acém, com marmoreio entre 4 e 5, podem custar cerca de R$ 180 o quilo.
Já para cortes nobres, como a picanha, o ancho, com marmoreio de 9 a 10, o consumidor pode ter que desembolsar valores mais salgados: R$ 900, R$ 1.000 ou até mais.
- Valor Bruto da Produção atingirá R$1,31 trilhão na safra 24/25
- Competitividade do frango frente à carne suína é a maior desde novembro de 2020
- Conheça os números do setor madeireiro de Mato Grosso
- “Produtor rural brasileiro merece respeito”, afirmam entidades após boicote do CEO do Carrefour
- Fávaro: “que empresas brasileiras deixem de fornecer carne até para o Carrefour Brasil”
Marmoreio
Toda a fama da carne do wagyu se dá por causa do chamado marmoreio. É a gordura intramuscular, que dá um visual de mármore para a peça e responsável por sua alta maciez. O boi é criado em condições especiais que garantem o bem-estar do animal.
Barriga de aluguel
O Rancho Tokarski começou a investir no projeto há sete anos com a compra de embriões da empresa japonesa Yakult. Os embriões foram implantados em vacas, no procedimento conhecido como “barriga de aluguel”.