Carne: Exportação tem recorde com 187 mil toneladas

O Brasil vendeu mais carne bovina mesmo após a suspensão dos embarques para a China; Veja o motivo e entenda os números reais desse mercado!

Diferentemente do esperado, os embarques de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada cresceram 31,37% em setembro na comparação com igual mês do ano passado, para 187.017 toneladas, ante 142.351 toneladas exportadas em setembro do ano anterior. A quantidade também supera o total embarcado em agosto, de 181.605 toneladas.

Os dados foram divulgados nesta sexta, 1, pelo Ministério da Economia. Mesmo com a saída da China, as exportações conseguiram um faturamento superior a U$ 1 milhão, segundo os dados da Abiec. Os motivos em relação a os números precisa ser analisado com cautela para entender o que tem ocorrido no mercado.

A receita registrou aumento anual ainda maior, de 85,7%, e chegou a US $ 1.082 bilhões em setembro, ante US $ 583.051 milhões no mesmo mês de 2020 e US $ 1.031 bilhões em agosto deste ano. O impulso no faturamento advém da valorização do produto, cujo preço médio em dólares por tonelada passou de US $ 4.095 / tonelada para US $ 5.790 / tonelada.

China se retira do mercado e exportações batem recorde em volume e faturamento

Quando ocorreu a suspensão imediata para o mercado da China, após o surgimento de dois casos atípicos de vaca louca no país, ficou acordado que seriam impedidos de embarcar qualquer produto que tivesse o carimbo de 03/09 para frente. Sendo assim, as indústrias correram para realizar o protocolo e embarque do volume que havia sido expedido com data anterior a supracitada.

Outro ponto, é que a logística e todo o processo da carne exportada – abate até o mercado consumidor – tem um tempo médio de 60 dias. Sendo assim, esse volume recorde que foi embarcado diz respeito as negociações e abates que ocorreram anteriormente a data da suspensão.

Segundo o analista da Agrifatto, Yago Travagini, a alta das exportações se explica pois os frigoríficos correram para vender a carne já certificada pelo Ministério da Agricultura (Mapa), que estavam em seus estoques.

No entanto, o segundo Travagini, a ausência da China, principal importador da carne bovina brasileira, terá reflexos nos resultados das exportações em outubro.

Fonte: Abiec

“Para o próximo mês, o mercado vai sentir mais a ausência da China e os números serão ruins, caso a suspensão dos embarques não seja revertida rapidamente. Se chegarmos em 30 de outubro sem a reabilitação dos embarques, o volume exportado pode ficar entre 80 mil a 100 mil toneladas”, prevê o analista.

Ainda segundo o especialista, caso o mercado chinês volte a comprar do Brasil antes do fim deste mês, as exportações de carne bovina podem totalizar de 130 mil a 160 mil toneladas.

Arábia Saudita retoma importação de frigoríficos de Minas Gerais após embargo de 10 dias

A Arábia Saudita retomou na quinta-feira, 16, as importações de carne bovina de cinco frigoríficos de Minas Gerais, informou em seu site oficial a Saudi Food and Drug Authority (SFDA), a agência governamental que regula alimentos e medicamentos no país.

As compras haviam sido suspensas no dia 6 de setembro, após a confirmação de um caso atípico do “mal da vaca louca” no Estado.

O embargo tinha atingido uma unidade da Plena Alimentos S/A, em Pará de Minas; duas da Supremo Carnes, em Ibirité e Campo Belo; uma da MaxiBeef Carnes, em Carlos Chagas; e outra da Dimeza Alimentos, do Grupo Fricon, no município de Contagem.

A medida dos sauditas havia entrado em vigor justamente no dia em que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) concluiu que os dois casos da doença, identificados em Minas Gerais e Mato Grosso, não representam risco para a cadeia de produção bovina brasileira.

Agora, o Brasil se concentra em avançar nas negociações com a China para liberar o mercado de exportação de carne bovina, que foi interrompido voluntariamente pelo Brasil enquanto mais informações sobre os casos estavam sendo analisadas.

Na terça-feira, o Ministério da Agricultura informou que não havia previsão de retomada das vendas aos chineses.

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