A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Embrapa, iniciou uma pesquisa pioneira sobre a produção de carne cultivada. O projeto, que terá duração de 36 meses, visa preencher lacunas de conhecimento científico e explorar novas fronteiras na produção alimentícia; veja
A busca por soluções inovadoras na produção de alimentos tem sido uma prioridade em meio aos desafios enfrentados pela crescente demanda global por proteínas. Nesse contexto, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa em Agropecuária), iniciou uma pesquisa pioneira sobre a produção de carne cultivada. O objetivo é transformar células animais cultivadas em ambientes controlados em alimentos estruturados, como bifes, abrindo novos horizontes para a indústria alimentícia.
Sob a coordenação da renomada professora do departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos, Silvani Verruck, o projeto intitulado “Pesquisa e desenvolvimento de carne cultivada estruturada com scaffolds de origem vegetal” promete revolucionar a maneira como encaramos a produção de proteínas. A pesquisa, que terá duração de 36 meses, visa preencher lacunas de conhecimento científico e explorar novas fronteiras na produção alimentícia.
Um dos principais desafios enfrentados pela equipe de pesquisadores é replicar as condições existentes no músculo animal dentro de laboratório, incluindo controle rigoroso de temperatura, pH, nutrientes, umidade e concentração de gases. Essa abordagem meticulosa pretende garantir que o produto final mantenha não apenas os atributos nutricionais, mas também o sabor e a textura característicos da carne convencional.
Financiado pela Finep, agência pública de fomento à inovação, o projeto conta com um investimento significativo de R$ 2,4 milhões. Esse apoio financeiro reflete a importância crescente da pesquisa nesse campo, especialmente diante das projeções das Nações Unidas, que indicam um aumento populacional substancial nas próximas décadas.
A professora Silvani Verruck enfatiza a necessidade urgente de encontrar alternativas sustentáveis para suprir a demanda global por proteínas. Enquanto a produção convencional de proteína animal enfrenta limitações de recursos naturais, a carne cultivada oferece uma solução promissora. Ao utilizar menos terra, água e reduzir as emissões de gases do efeito estufa, essa abordagem pode ser um passo significativo em direção à sustentabilidade ambiental.
“Vamos precisar de mais alternativas para produção de proteínas que possam suprir a demanda deste nutriente para toda a população. A produção convencional de proteína animal exige um amplo espaço de terra e recursos hídricos que são finitos. A expansão da sua produção será limitada pelos recursos naturais disponíveis. Por outro lado, a produção controlada de proteínas pode ocorrer em fazendas verticais, que já são realidade em outros locais do mundo“, explica Silvani.
Vantagens da carne cultivada, segundo a especialista
Além dos benefícios ambientais, a carne cultivada também promete vantagens para a saúde e o bem-estar animal. Ao eliminar a necessidade de criação e abate de animais, esse método de produção reduz o sofrimento dos animais e oferece um produto final livre de hormônios e antibióticos.
Quanto ao sabor, a pesquisadora assegura que não haverá comprometimentos. Ao replicar a estrutura celular e os processos biológicos envolvidos na produção de carne convencional, a carne cultivada mantém o sabor autêntico e a qualidade que os consumidores conhecem e apreciam.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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