‘Carne’ cultivada em laboratório polui até 25 vezes mais que o boi no pasto

Carne cultivada em laboratório produz até 25 vezes mais dióxido de carbono – conhecido como gás carbônico ou CO2 – do que as práticas tradicionais, diz estudo

O alimento sintético, que erroneamente nomearam de carne, produzida em laboratório produz até 25 vezes mais dióxido de carbono, do que as práticas tradicionais de abate quando dimensionada para a demanda atual no mercado, de acordo com um recente estudo da Universidade da Califórnia, estado norte-americano situado na região oeste do país.

Quais são os principais gases que contribuem para o aumento do efeito estufa?

O gás CO2 é esponsável por cerca de 60% do efeito-estufa, cuja permanência na atmosfera é de pelo menos centena de anos, o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos.

O estudo, chamado “Environmental impacts of cultured meat: A cradle-to-gate life cycle assessment” – que em uma tradução livre ficaria: Impactos ambientais da carne cultivada: uma avaliação do ciclo de vida do início ao abate –, revela que o impacto ambiental da produção de carne cultivada em laboratório ou carne baseada em células animais (ACBM) “provavelmente têm ordens de magnitude maior do que a produção média de carne bovina”.

O aumento dos níveis de CO₂ seria necessário para os processos de purificação que fornecem nutrientes às células cultivadas, ou seja, “a remoção de células de um animal ou planta e seu subsequente crescimento em um ambiente artificial favorável”.

“O uso de métodos de refinamento contribui significativamente para os custos econômicos e ambientais associados aos produtos farmacêuticos, uma vez que eles são intensivos em energia e recursos”, argumentam os pesquisadores.

O estudo ainda sustenta que os relatórios anteriores sobre o impacto ambiental positivo do ACBM se baseiam em “tecnologias irrealistas” que são “tecnicamente inviáveis”, inexistentes ou improváveis de funcionar.

Embora o estudo ainda precise ser revisado por pares, os resultados já são problemáticos para os defensores veementes das carnes sintéticas, como o bilionário Bill Gates, que afirmou em seu livro “How to Avoid a Climate Disaster” – tradução livre: Como evitar um desastre climático – que as nações ricas deveriam adotar 100% a carne sintética para salvar o planeta. Gates é um grande investidor de empresas que produzem carnes artificiais, como a Impossible Foods e Beyond Meat.

Inclusive aqui já falamos sobre como o bilionário introduz sua agenda progressista anti-carne. Bill Gates já doou mais de R$ 1,5 bilhão aos meios de comunicação ao redor do mundo para promover sua agenda progressista.

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Foto: Nelore Grupo Costa

Em contrapartida, o Brasil produz carne bovina de qualidade a pasto. Diferentemente dos Estados Unidos, que é atualmente o maior produtor de carne bovina do mundo, e produz cerca de 90% de todo gado de corte em sistema de confinamento e apenas 10% a pasto, o Brasil é o oposto. Aqui cerca de 87% é produzido a pasto e 13% confinado.

Recentemente entrevistamos o Presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), Nabih Amin El Aouar, que nos contou sobre as diferenças da carne brasileira. Segundo Nabih a primeira diferença é notada pelo sabor, é um sabor mais intenso, segundo na saúde para quem consome, já que a carne a pasto é uma carne mais magra, sendo menos nociva ao sistema cardiovascular e cerebral.

Questionado sobre os modelos de ‘carne vegana’ que estão surgindo, Nabih acredita que é algo cíclico. “O mundo é cíclico, as coisas vão e retornam e aí nós vamos perceber o tempo que nós perdemos em investir em inutilidade. Em relação a alimentos, o que a medicina preconiza são alimentos naturais. Quando você entra num supermercado na frente do caixa vai vendo só os alimentos artificiais, lá no fundo verduras, frutas, carne, leite, ovos, porque não na frente? É o marketing deles de privilegiar aquilo que eles têm mais interesse em rodar e deixando aqueles alimentos essenciais para a saúde humana lá no fundo, porque dessa forma, o cliente vai atravessar o supermercado todo se eles deixam na frente o cliente só vai até meio, então tudo é questão de marketing a mesma coisa em relação do que nós estamos falando. Não existem duas carnes, a carne é uma só, é a natural seja de bovino, ovino, aves, pescado etc, mas é um tipo só”, explicou.

Segundo ele, atualmente a medicina é toda baseada em evidências, e as evidências demonstram que alimentos naturais são mais benéficos e alimentos processados são mais nocivos, todos os alimentos processados, inclusive através de derivados da própria carne natural como de vegetais, são nocivos à saúde humana, com propensão em produção maior na taxa de aterosclerose que são as placas de gorduras nas artérias, e possibilidade de levar alguns tipos de câncer, tudo isso através de alimentos processados.

Com informações de Gabriel Ferrigno, especialista em geopolítica

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