Segundo os dados da Rabobank, com quase 40% de participação, o Brasil é de longe o principal fornecedor de carne para a gigante asiática. Confira!
Segundo os dados divulgados pelo Rabobank, em seu relatório da última quarta-feira, 2, as importações totais de carne bovina da China alcançaram 1,57 milhão de toneladas nos primeiros nove meses de 2020, o que significou avanço de 39% sobre o volume registrado no mesmo período do ano passado. Dessa forma, a carne brasileira vai dominando a gigante asiática!
Segundo dados da Secretaria do Comércio Exterior (Secex), em novembro foram embarcadas 167,73 mil toneladas de carne bovina in natura, segundo maior volume registrado no ano. O volume médio diário teve incremento de 7,8% no comparativo anual. Apesar do incremento nas exportações, o valor médio pago pela tonelada de carne bovina in natura recuou 9,0% no comparativo anual, e, desde o começo do mês o pagamento vem recuando, o que refletiu no mercado do boi gordo.
O banco de origem holandesa chama a atenção para o crescimento significativo das importações chineses de carne vermelha num período marcado pelas turbulências geradas pela pandemia da Covid-19, que resultaram em sérios problemas comerciais, tais como a suspensão temporária de unidades fornecedoras, devido aos envios de lotes detectados com a presença do vírus, além de interrupções em fábricas de processamento em países exportadores, por causa dos avanços de contaminações em funcionários que trabalham no chão das plantas frigoríficas.
Outro ponto de atenção e importante de ser ressaltado é que a China, principal importador da carne brasileira, sofreu e ainda sofre com o problema da peste suína africana, que acabou dizimando o seu rebanho de suínos, que era uma das principais fontes de proteína no país.
Segundo o Rabobank, nos primeiros três trimestres, as importações chinesas de carne bovina representaram 26% da oferta total da proteína no mercado local (não considerando estoques iniciais). No mesmo período de 2019, as compras externas de carne bovina tiveram participação de 19%.
Entre os principais países exportadores da commodity, o Brasil registrou os mais fortes crescimentos (156% no acumulado do ano), aumentando a sua participação no mercado chinês de carne bovina de 24% em 2019 para 38% em 2020, de acordo com o banco.
Com quase 40% de participação, o Brasil é de longe o principal fornecedor à China, seguido por Argentina (22%), Austrália (14%), Uruguai (10%) e Nova Zelândia (8%). “Embora a classificação não tenha mudado entre os principais fornecedores, a expansão da participação do Brasil foi às custas de outros”, destaca o Rabobank.
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Os EUA também viram forte crescimento (88% no ano), mas a quantidade continua pequena em relação a outros exportadores. “Esperamos que os EUA aumentem as exportações para a China em 2021”, que destaca a capacidade do país da América Norte em atender a demanda chinesa por uma carne de alta qualidade (mercado premium).
No entanto, pondera o banco, embora a Covid-19 esteja amplamente sob controle na China continental, ainda persiste o problema de registros de casos de contaminações pelo vírus em embalagens importadas contendo carnes e frutos do mar. “Isso levará a uma inspeção mais rigorosa nos portos e na cadeia/ armazenamento local de frios, o que provavelmente reduzirá as importações”, prevê o Rabobank.
Compre Rural com informações da Rabobank e Portal DBO