Churrasco virou luxo ou preço da carne está justo?

De acordo com o Itaú BBA, o auxílio emergencial tem sustentado as cotações da carne bovina, que por sua vez tem impulsionado o preço do boi gordo.

O preço da carne bovina atingiu o maior valor da série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A cotação da carcaça bovina, com os cortes traseiro, dianteiro e ponta de agulha, no atacado em São Paulo, chegou a R$ 17 o quilo. Dessa forma, acumula uma alta de mais de 18% em 2020.  

O consultor do Itaú BBA, César de Castro, considera como surpreendente o desempenho dos preços da carne e que isso está impulsionando a arroba do boi. “Acho que a grande surpresa é a carne sim, ela está muito firme e ela que empurra o boi. É claro que temos as exportações para a China, mas a maior parte da produção fica no mercado doméstico. E se a carne não estivesse subindo, o boi não teria como ir no mesmo passo”, analisa.

O auxílio emergencial pago pelo Governo Federal é um dos principais fatores a sustentar a alta da carcaça bovina, de acordo com Castro. “Nunca vimos preços tão elevados de carne em termos reais. E esse ano tem um componente adicional, que eu pessoalmente acho que é bem relevante, que é o auxílio emergencial. Está ajudando bastante o consumo de todos alimentos, entre eles, a carne. Temos um anabolizante no consumo, que é este efeito”, afirma.

Segundo o consultor, há dúvidas se a exportação consegue sustentar as cotações com a queda do consumo a partir do fim do auxílio. “A exportação já não tem o mesmo spread que tinha em abril e maio. Pois, a gente tinha preços em dólares um pouco mais altos e o boi mais barato. De lá para cá, o boi só subiu e o preço em dólares caiu. E não tivemos mais ajuda da desvalorização cambial. Portanto, diminuiu muito a margem da exportação. Então, deveremos ter menos margem de manobra para altas do boi”, estima.

Por fim, César de Castro avalia que o preço deve seguir firme até o final do ano. Porém, após a virada de ano, as carnes em geral caem, segundo ele. “Neste momento, o produtor deve ser bastante prudente e tomar cuidado para não escalar muito as operações em níveis muito elevados de preço”, finaliza.

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Bananinha

Este corte é retirado entre as costelas, próximo ao contrafilé e possui um bom teor de gordura – o que dá o sabor especial. É muito rápido de fazer na churrasqueira e uma boa opção de entrada.

Capa de Filé

Localizada em cima do contrafilé, esta peça em versão moída rende um apetitoso hambúrguer. Basta colocar pimenta do reino, juntar creme de cebola em pó (70 gramas para cada quilo de carne) e misturar bem até formar uma massa consistente e homogênea.

Fraldinha

Um dos favoritos de José Almiro — principalmente a fraldinha angus, um boi europeu. A dica para assar é colocar a gordura para o lado de baixo e a carne descansando por cima da gordura. Após selar a gordura, vire a carne para assar por igual a peça. Depois de assada, salpique levemente sal (fino ou de parrilla) e sirva-se.

Miolo de Acém

Também é conhecido como denver steak, este corte sai do dianteiro e vem sendo a sensação do momento no churrasco por conta da melhora da genética do gado nelore e a popularização do angus.

A sugestão de preparo bem prática é pegar a peça e, em uma cumbuca, dar um banho de cerveja. Deixe marinando com uma boa pitada de sal por 10 a 15 minutos para dar maciez. Salpique sal (grosso ou fino numa quantidade menor).

Miolo de Paleta

Muita gente ainda acha que é carne de segunda, mas apesar de ser um corte do dianteiro, é uma opção macia e saborosa para fazer na churrasqueira. Basta apenas cortar um bife com espessura de 3 centímetros aproximadamente.

José Almiro ressalta que é importante observar que esta carne tem como característica um nervo que percorre toda a peça. Cortando em duas partes entre o nervo, se tem o chamado flat iron.

Compre Rural com informações do Canal Ruarl

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