Caminhões carregados de soja e milho são alvos de assaltantes em rodovia, próximo ao seu destino, o Porto de Itaqui em São Luis, no Maranhão
O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), situado no Porto do Itaqui e que integra um dos corredores de exportação de soja, farelo de soja e milho da região do Mapito (confluência entre os Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins) – considerada a última fronteira de expansão do agronegócio do Brasil –, deu início a um processo de ampliação orçado em R$ 800 milhões para aumentar em 60% sua capacidade de exportar grãos.
Entretanto, além de aumentar a sua capacidade o porto terá que lidar com um outro problema, esse de segurança pública. Caminhões carregados de grãos como soja e milho têm sido alvos de furtos e roubos na Vila Maranhão cortada pela rodovia BR-135, em São Luís, principal via de escoamento da safra do sul do Maranhão. O local fica aproximadamente 10 quilômetros do porto de Itaqui.
A denúncia foi publicada por um dos diretores do Grupo GEES SA, Anderson Gorgen, através das redes sociais. “Bandidos a luz do dia abrem tampas de carretas para roubar os produtos dos produtores e transportadores em uma rodovia a poucos quilômetros do Porto do Itaqui em São Luís no Maranhão”
Segundo Anderson os “terroristas” intensificam as ações contra os motoristas ao cair da noite. “Além de grãos eles roubam fertilizantes e qualquer outro tipo de mercadoria que passa nessa iniciativa rodovia que da acesso ao porto de Itaqui em São Luís, Maranhão.”
A estratégia é conhecida, a abertura de bica, ato conhecido como “vazada”, tem acontecido com frequência próximo a um dos portos que mais exportam soja no país, o Porto do Itaqui. A soja fica espalhada pela rodovia e moradores locais recolherem os grãos com rapidez para que os automóveis não passem
Os ladrões aproveitam o momento em que o motorista reduz a velocidade nas lombadas para subir no veículo e despejar a carga na pista. Posteriormente a soja e o milho são recolhidos , gerando um prejuízo para as empresas e sentimento de falta de segurança para os motoristas e agricultores, donos da carga.
Em reportagem recente, a emissora de televisão, TV Mirante, mostrou assaltantes se escondendo às margens da rodovia para atacar a carga em quebra molas e postos de abastecimento, principalmente à noite.
A reportagem mostra ainda que exportadoras estão optando por utilizar o serviço de escolta para acompanhar o produto até o porto. Alguns caminhoneiros também se arriscam passando em alta velocidade pelo trecho. O crime também acontece em filas de espera para abastecimento e pontos de descanso.
“A seguradora só paga acima de 9000 kg para a perda. Como não chega, eles abatem do saldo de frete”, afirmam caminhoneiros.
As empresas pediram um reforço no patrulhamento da Polícia Rodoviária Federal nesse trecho. Em resposta, a PRF afirma que realiza rondas frequentes nos horários de maior ocorrência dos crimes e que, no mês passado, chegou a prender três indivíduos em flagrante. Informa ainda que a Polícia Militar e Civil do Maranhão estão trabalhando em conjunto para combater as quadrilhas de roubo de cargas.
Nota da Empresa Maranhense de Administração Portuária
Em contato com o CompreRural, a Empresa Maranhense de Administração Portuária – EMAP, responsável pela gestão do Porto do Itaqui, disse que responde pela vigilância das cargas e controle de acesso de veículos e pessoas na área sob sua jurisdição, ou seja, dentro dos limites da poligonal do Porto do Itaqui. Colabora ainda com as autoridades de segurança pública visando maior proteção nas vias de acesso ao porto. Nesse sentido estará implantando sistema de videomonitoramento no trecho entre o Porto do Itaqui e a Vila Maranhão, em apoio ao Complexo de Segurança da Vila Maranhão, recentemente entregue pelo Governo do Estado
Porto do Itaqui cresce 16% no 1º trimestre de 2023
O Porto do Itaqui teve o melhor março de sua história, com 3,11 milhões de toneladas de cargas movimentadas, o que está 22% acima do volume operado em março de 22, marca recorde anterior. No detalhamento por tipo de carga, houve aumento de 10% no granel líquido, 29% no granel sólido e de 8% na carga geral em relação a março de 2022. No mês, destacaram-se os derivados para mercado interno, GLP, soda cáustica, soja, cobre, fertilizantes e celulose (comparados ao planejamento).
Já no acumulado dos três primeiros meses do ano o porto público do Maranhão registrou 7,2 milhões de toneladas de cargas movimentadas, o que representa crescimento de 16% no em relação ao mesmo período do ano passado. Só em granéis sólidos foram 4,6 milhões de toneladas, o que corresponde a uma alta de 16% em relação aos três primeiros meses de 2022. E as 2,11 milhões de toneladas de granéis líquidos movimentadas no período ficaram 23% acima do volume registrado de janeiro a março passado.
A soja foi a carga com maior volume registrado no período, com 2,3 milhões de toneladas, seguida do milho, que atingiu a marca de 1 milhão de toneladas e cresceu 178% em relação ao acumulado de 2022. As cargas de cobre e carvão também tiveram destaque, com alta de 34% e 82%, respectivamente. E entre os granéis líquidos os combustíveis para mercado interno chegaram a 1,3 milhão de toneladas e o entreposto movimentou 767 mil toneladas desse granel.
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