Na bovinocultura, a Carapreta reúne, no total, 70 mil cabeças de gado, e para disputar o mercado de cortes nobres de Angus investiu em mapeamento genético e fechou parceria com a Alta Genetics.
Empresa de carnes nobres controlada pelo Grupo A.R.G., de capital nacional, a Carapreta, com três fazendas no norte de Minas Gerais, avançou no plano de investir R$ 1 bilhão em sete anos para consolidar as operações, viu seus resultados superarem as expectativas iniciais e, agora, costura um novo pacote de projetos para ganhar mercado no Brasil e no exterior.
Com foco no setor de construção pesada, o A.R.G. foi fundado em Minas em 1978 pelos irmãos José, Rodolfo e Adolfo Géo. Em 2017, quando começou o plano de expansão que será concluído em 2023, a família já tinha duas fazendas com pecuária tradicional havia décadas, mas viu ali uma chance de melhorar e transformar a atividade em um negócio de fato rentável.
Vieram então a profissionalização, a ampliação da produção, a diversificação, os investimentos em genética e marketing, os frigoríficos, selos de sustentabilidade e uma nova estratégia de vendas para ampliar a comercialização dos cortes da Carapreta no varejo, no food service e no exterior.
“Quando estruturamos o projeto para agregar valor ao negócio, avaliamos a cadeia produtiva e estudamos os principais canais para as vendas. Vimos, nesse trabalho, que o mercado queria qualidade, regularidade e padronização”, afirma Vitoriano Dornas, CEO da Carapreta.
Faturamento
Com faturamento de cerca de R$ 400 milhões em 2021 e previsão de chegar ao patamar de R$ 500 milhões neste ano, a empresa, que tem 1,4 mil funcionários, hoje está presente nos segmentos de bovinos, ovinos e pescados, além de manter operações agrícolas.
Na fazenda Santa Mônica, em São João da Ponte, tem rebanho bovino, agricultura e geração de energia; na Santa Terezinha, no mesmo município, há frigoríficos, ovinos, agricultura, pescados e geração de energia, solar (4 MW) e com biodigestores (2 MW); e na terceira fazenda, incorporada na expansão e situada em Jequitaí, mantém agricultura e gado.
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Na bovinocultura, a Carapreta reúne, no total, 70 mil cabeças de gado, e para disputar o mercado de cortes nobres de Angus investiu em mapeamento genético e fechou parceria com a Alta Genetics. Na ovinocultura, conta com um rebanho de 30 mil cabeças – o maior da América Latina, segundo Dornas.
No ano passado, a empresa produziu 8,5 mil toneladas de carne bovina, e a meta é chegar a 12 mil toneladas em 2022. A oferta de carne de ovinos, por sua vez, deverá subir de 1,2 mil para 1,5 mil toneladas. Para a área de pescados, a expectativa é de manutenção das cerca de 3 mil toneladas atuais.
Investimentos
O CEO realça que os investimentos realizados até agora também contemplaram uma fábrica de ração para bovinos, irrigação, sistemas de gestão, e que um reforço na geração de energia solar foi concluído e agregará 4 megawatts, dessa vez divididos entre a fazenda Santa Mônica e a Santa Terezinha.
Para os próximos anos, a Carapreta pretende implantar mais um frigorífico, diversificar as exportações de carne, para mercados como China, EUA, UE e Israel, e ampliar e verticalizar as operações agrícolas. Hoje, a empresa tem 3,5 mil hectares com soja e milho. “Queremos ser autossuficientes em milho [por causa da demanda por volumoso] e vender o excedente no mercado”, diz Dornas.
Fonte: Valor Econômico