Capim estudado na UFU tem alta produtividade também na seca, trazendo grandes vantagens para o pecuarista; Cultivares são resultado de trabalho de grupo de pesquisa!
Por Marco Cavalcanti* –– A fazenda experimental Capim Branco, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), tem sido, há pelo menos uma década, cenário de pesquisas de melhoramento genético de capins do gênero brachiaria (braquiária). Os cultivares híbridos de Brachiaria CV. Cayana e CV.
Sabiá são exemplos bem sucedidos do trabalho desenvolvido com plantas forrageiras, ou seja, utilizadas para alimentação de animais, como o gado bovino. Os ensaios realizados na fazenda experimental são de diferentes espécies de capim.
No entanto, nos últimos anos, o foco está nos cultivares híbridos, revela Leandro Barbero, docente da Faculdade de Medicina Veterinária da UFU. O professor coordena os estudos do Projeto Boi a Pasto, iniciados, em 2011, com a criação do grupo que segue as linhas de pesquisa de manejo e adubação de pastagens.
“Os cultivares híbridos são produtos do cruzamento de gramíneas da mesma espécie ou de espécies distintas, objetivando principalmente maior produtividade, melhor valor nutritivo e adaptação a condições de meio encontradas nos ambientes que utilizam pastagem no Brasil”, traduz o pesquisador.
Os dois produtos (Cayana e Sabiá), que concorrem com o mais utilizado no Brasil, o Marandu, já estão no mercado. Eles são resultado de uma parceria que já dura cinco anos entre a universidade e a Barenbrug do Brasil. A empresa é uma das subsidiárias do Grupo Barenbrug, holding sediada na Holanda e de atuação global, que tem como um de seus negócios o melhoramento genético e a produção e tratamento de sementes forrageiras.
Embora tenham finalidades iguais, os dois cultivares têm particularidades diferentes, relata Barbero. “Em nossos estudos, foi possível concluir que o Cayana é um cultivar que apresenta elevada produtividade na época das chuvas, permitindo intensificação da fazenda”.Já o outro cultivar, mantém a produtividade mesmo quando as chuvas vão embora. “O Sabiá tem comportamento muito favorável na época das secas, época esta de grande dificuldade para o produtor, se mostrando como opção interessante para minimizar o problema de falta de alimento para o gado na época das secas”, descreve o docente.
O aumento da produtividade das fazendas de pecuária e da rentabilidade dos produtores rurais são aspectos econômicos da pesquisa. Mas, Barbero também aponta o respeitando ao meio ambiente e a manutenção do produtor em sua atividade como reflexos sociais das pesquisas.
Transferência de tecnologia
A contratação de alunos recém-formados e que participaram do grupo de pesquisa de manejo de pastagens é um exemplo de transferência de tecnologia e troca de conhecimentos entre a universidade e empresas. Além disso, vários destes alunos desenvolvem seus projetos de pesquisa ou estágios junto com as empresas, testando novos cultivares.
“Pode ocorrer [também] com a realização de projetos de pesquisa, seja para o desenvolvimento de novas tecnologias ou para a validação científica de tecnologias geradas pela iniciativa privada”, menciona Barbero.
- Como o Biochar está ajudando a NetZero a alcançar metas climáticas ambiciosas
- STJ decide: recuperação ambiental pode afastar indenização por dano – entenda como isso impacta o produtor rural
- Sebrae Minas vai conectar cafeicultores ao mercado e a tendências de inovação e sustentabilidade durante a SIC
- Soja em Chicago tem manhã estável; leia a análise completa
- Nespresso reforça seu compromisso com a cafeicultura regenerativa na SIC 2024
Outra forma desse aprendizado é a participação dos colaboradores das empresas em ações de extensão realizadas pela universidade, como eventos, palestras, cursos e “dias de campo”, que une produtores e pesquisadores.
Recentemente, as ações de treinamento ganharam as mídias digitais. O trabalho do grupo de pesquisa está sendo divulgado no Instagram (@projetoboiapasto) e no YouTube (Projeto Boi a Pasto).
Fonte: Portal Comunica UFU