Capim-carrapicho: como controlar o desenvolvimento da daninha

Ele é conhecido pela competitividade agressiva, o que reduz a qualidade de uma série de produtos agrícolas. ela tem característica invasora quando se desenvolve em meio às culturas.

Com a expansão da agricultura, os problemas ligados à infestação por plantas daninhas têm seguido na mesma proporção. Uma das espécies que ataca diversas culturas perenes é o capim-carrapicho. Ele é conhecido pela competitividade agressiva, o que reduz a qualidade de uma série de produtos agrícolas.

A princípio parece inofensivo, mas hoje ele já está presente em todas as regiões. A grande questão é: como combater esse problema? Quais os danos causados por ele? Por que é preciso ter uma atenção especial a ele? As respostas para essas e outras perguntas você confere a seguir!

O que é o capim-carrapicho?

O capim-carrapicho é uma planta daninha comumente conhecida por agarrar tanto no vestuário quanto no pelo de animais. A espécie pertence à família Poaceae também é conhecida como capim-timbete, sendo bastante encontrada em pastagens e regiões abandonadas. No entanto, ela tem característica invasora quando se desenvolve em meio às culturas.

A planta é nativa da América Tropical. Sua formação acontece anualmente e de maneira abundante. A semente da espécie tem um formato subgloboso e pode medir de 4 a 7 mm. Em seu desenvolvimento o carrapicho desenvolve espiguetas que podem ter de 5 a 50 invólucros espinhosos. Sobre a tonalidade ela varia de verde-amarelado até um púrpura.

Outro fator que torna mais fácil a sua identificação é que nas plântulas é possível observar uma base avermelhada, quando retirada do solo com cuidado ainda é verificado que a semente está presa às raízes. Quando em estágio inicial, o capim-carrapicho pode ser usado como forrageira, por ter características nutricionais e de palatabilidade que são agradáveis ao gado. No entanto, quando a frutificação começa, ele se torna impróprio para o consumo desses animais.

Condições ideais para seu desenvolvimento

O capim-carrapicho tem uma temperatura ideal de desenvolvimento que fica em torno de 12ºC, sendo que uma única planta pode produzir até 1.100 sementes dependendo dessas condições favoráveis. Outro ponto que vale a pena destacar é que o capim-carrapicho é indiferente à luz quando se trata da germinação. Ao contrário de muitas espécies, essa planta pode ter a sua germinação potencializada quando no escuro.

Dado o tamanho das suas sementes pode atingir uma profundidade de 10 cm no solo, dependendo das condições nas quais ele se encontra. O seu desenvolvimento também é favorecido pela dispersão, lembrando que o processo não acontece pela ação do vento, mas sim por meio de outros animais e até mesmo por ação do homem, visto que os invólucros da planta costumam se prender a roupas e pelos.

Quais as culturas afetadas pelo capim-carrapicho?

Soja, milho e algodão são as principais culturas que sofrem com a ação do capim-carrapicho. Mas ele também ataca outras espécies como a da cana-de-açúcar, citros, café, arroz, feijão-vagem e alface. No algodão, por exemplo, a planta daninha tem o poder de se fixar irreversivelmente às fibras, o que leva a uma desvalorização significativa da cultura.

Além de atacar as espécies, que vamos explicar melhor a seguir, o capim-carrapicho pode indicar complicações, como solos decaídos, erodidos ou até mesmo compactados, o que também gera prejuízos à produtividade.

Quais os danos gerados por essa planta daninha?

A competitividade por água e luz com as culturas infectadas são alguns dos problemas gerados pela espécie. Ela também provoca ferimentos nas pessoas que trabalham no campo e costuma atrapalhar a colheita mecanizada em lavouras. A presença do capim-carrapicho também dificulta a alimentação de animais nas pastagens.

Além de tudo isso, há uma queda significativa na produtividade quando na presença dessa planta daninha. As culturas também ficam mais suscetíveis à proliferação de pragas e doenças que têm as plantas daninhas como hospedeiras. Consequentemente, é perceptível o aumento nas impurezas e perda de qualidade dos produtos colhidos.

Como é feito o manejo do capim-carrapicho?

O fato de emergir de uma profundidade relativamente grande faz com que o manejo do capim-carrapicho seja dificultado. Por exemplo, as sementes podem ficar numa faixa abaixo da qual é tratada por herbicidas. Apesar das sementes grandes dificultarem a dispersão, ela é facilitada quando há um trânsito de máquinas e essas não estão higienizadas corretamente. Por isso, quando se trata do manejo da planta é preciso muito cuidado com essa questão da limpeza.

Outro fator importante é que seja realizado um manejo integrado para que não seja criada uma população resistente. Logo, realizar a rotação de culturas, de herbicidas e uso de culturas cobertas se torna essencial no combate à essa planta daninha, como é o caso da Urochloa ruziziensis. Cabe destacar aqui também, a importância de realizar um controle rigoroso do desenvolvimento de plantas daninhas para impedir a produção de sementes. Por isso, cheque não só a área de plantio, mas também cercas, canais de irrigação e outros que estejam ligados ao cultivo.

A utilização de rotação de culturas e herbicidas também é de suma importância para evitar a proliferação do capim-carrapicho. No caso dos defensivos, o ideal é mudar os tipos para que mecanismos de ação diferentes atuem na área e permitam alterar a composição da flora daninha e leve à redução da população de determinadas espécies.

Glifosato, Cletodim, Trifluralina, S-metolachlor e Isoxaflutole são alguns dos herbicidas que podem ser aplicados, claro, dependendo do nível de infestação e também se é pré ou pós-emergente na atuação. Para ter mais sucesso, esse controle químico também precisa considerar fatores como matéria orgânica do solo, qualidade da água de aplicação, condições climáticas e o tipo de solo. É muito importante que seja feita a correção e a adubação caso necessário.

Assim como a outras espécies, o carrapicho exige um cuidado e atenção especial por parte do produtor, bem como o uso de diferentes tipos de controles, do cultural ao químico. Por isso, é importante monitorar de perto a sua plantação, ainda mais se ela for perene.

Fonte: Syngental Digital

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