Além de um potencial de exportações de carnes na ordem de US$ 150 milhões, o país confirma o aumento no fornecimento de fertilizantes para o Brasil!
O Canadá autorizou o início da importação de carne bovina e suína in natura do Brasil. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (14) pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que está em viagem ao Canadá. Com isso, o Brasil ultrapassou a marca de 200 novos mercados externos para produtos agropecuários abertos desde o início de 2019. Canadá será a “nova China” do agro brasileiro, quais os impactos diretos?
A Guerra da Ucrânia expôs o país a mais um gargalo, o dos fertilizantes. No último ano, o agronegócio passou a buscar novos mercados para suas carnes, tentando reduzir a dependência do mercado chinês – principal destino, também, dos embarques de milho, soja.
Diante desse aprendizado, o Governo não perdeu tempo e já busca estreitar relações com o Canadá, um mercado em potencial para a cadeia da carne e que, além disso, pode reduzir a dependência da Rússia no que diz respeito aos adubos.
A ministra Tereza Cristina comemorou a conquista. “Essa abertura de mercado faz com que a gente ultrapasse os 200 mercados por mim estipulados no Ministério da Agricultura e também é uma notícia muito boa para os frigoríficos brasileiros que podem empregar e trazer renda para o interior do nosso país”, disse ao sair do encontro com o vice-ministro canadense.
Potencial para exportações de carne
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Leite Ribeiro explica que, levando em conta o market share do Brasil para esses dois produtos – bovinos e suínos – é possível estimar exportações da ordem de US$ 150 milhões por ano.
“Tendo presente que o Canadá não tem imposto de importação para suínos, esse é um mercado que pode ir além do market share brasileiro. No caso de carne bovina, existe uma alíquota de cerca de 26,5% de importação, mas podemos ter acesso àquele mercado via uma quota da OMC de 76,4 mil toneladas, com tarifa de 0%”.
Na avaliação da Safras & Mercado, a notícia da abertura de mercado de proteína brasileira ao Canadá é positiva, e pode ajudar o Brasil a reduzir a dependência das exportações para a China. “Quanto mais mercados o Brasil abrir, melhor será para o país, independente dos volumes que vierem a ser adquiridos”, destaca o analista Fernando Iglesias.
Canadá anuncia o envio de mais fertilizantes
A Canpotex, joint venture responsável pelos embarques de potássio da Nutrien, maior mineradora canadense, e da americana Mosaic, informou à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que pretende aumentar o volume de exportações de fertilizantes ao Brasil. Hoje, a Canpotex vende 4 milhões de toneladas ao país por ano.
Além da manutenção e expansão do comércio de fertilizantes, a ministra convidou as empresas a estudarem investir em projetos no Brasil. O Brasil importa cerca de 85% de todo o fertilizante usado na produção agrícola nacional. No caso do potássio, o percentual importado é de cerca de 95%.
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Atualmente, o país é o quarto consumidor global de fertilizantes, responsável por cerca de 8% do total, e é o maior importador mundial. Em 2021, as importações brasileiras de fertilizantes foram superiores a 41 milhões de toneladas, o que equivale a mais de US$ 14 bilhões.
Parceria bilateral
Tereza Cristina se reuniu ontem com o Vice-Ministro da Agricultura do Canada, Paul Samson. No encontro, foram tratados temas como sustentabilidade e cooperação entre os dois países na área de pesquisa e tecnologia. Tereza Cristina destacou que Brasil e Canadá são líderes comprometidos com uma agricultura segura, baseada na ciência e sustentável e lembrou a atuação do Brasil durante a Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU e a COP26.