Perspectiva do agro para 2023 anima as empresas de transporte; um dos segmentos mais movimentados no setor promete continuar sendo destaque na economia do país
Existem várias vertentes da economia que fazem o transporte rodoviário de cargas impulsionar, e um deles é o agronegócio, setor que movimenta grande parta da estrutura comercial do país com suas importações e exportações. Segundo o boletim da AgroExport, a balança brasileira terminou o ano passado com superávit. No geral, a diferença entre exportações e importações ficou na casa dos US$ 62,310 bilhões, impulsionada pelo protagonismo do agronegócio. Em resumo, o segmento rendeu, sozinho, US$ 142 bilhões de dólares de janeiro a dezembro de 2022.
Franco Gonçalves, gerente administrativo da TKE Logística, empresa do sul de Santa Catarina e que possui o transporte alimentício como um dos nichos, destaca a evolução e os impactos positivos que o agro trouxe para sua empresa: “O agronegócio brasileiro vem tendo um crescimento contínuo nos últimos anos graças à constante evolução e modernização brasileira. Foi possível observar um aumento das indústrias, com bons resultados nas plantações e nas exportações dos produtos. Tivemos uma boa movimentação atendendo o segmento, realizando o escoamento dos nossos clientes e recebendo pedidos de cotação de novos parceiros”, relata o executivo.
Em relação a 2023, existe uma grande expectativa de que o agronegócio continue se desenvolvendo e impulsionando as empresas. Uma pesquisa realizada pela Faculdade Getulio Vargas Agro estimou que a produção agroindustrial terá um crescimento de cerca de 2% ainda este ano, mesmo considerando o último levantamento, que apontou para uma evolução de cerca de 0,7% até meados de agosto.
“Acredito que continuaremos tendo boas safras em nosso horizonte, tanto que nos últimos anos podemos ler que as safras bateram recordes pelo país. Para isso, devemos levar em consideração que esperamos uma maior abertura da China este ano e um superávit maior em nossa balança comercial se depender do agro”, comenta o gerente administrativo.
Mesmo com as decorrências dos problemas climáticos e com os altos custos em impostos e em produtos, o Centro de Estudos Avançados em Economia Agrícola (Cepea) e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), esperam um crescimento de 9,81% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre de 2022.
Consequentemente, o desenvolvimento do setor no Brasil trouxe um aumento no volume de fretes do agro: segundo a Fretebras, houve uma elevação de 33,2% no primeiro semestre do ano passado em comparação com 2021.
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Franco descreve o impacto desse crescimento em sua transportadora: “Somos uma empresa que trabalha com diversas organizações, indústrias e cooperativas do setor. O agronegócio gera um grande impacto econômico no país, e um exemplo são as vendas de alimentos, fertilizantes, equipamentos, desenvolvimento de tecnologia, entre outros. Da mesma forma que o segmento é importante para o Brasil, o agro é importante para a TKE. Se ele cresce, crescemos juntos”.
Em contraponto às expectativas, as empresas que trabalham nesse nicho de negócios observam os empecilhos que podem dificultar essa progressão ainda maior. Em sua maioria, os relatos dos executivos do transporte frisam os olhares na infraestrutura das rodovias com precariedade de pavimento, pontos de paradas, postos sem seguranças, entre outros, que atrapalham os serviços.
“Precisamos melhorar nossa infraestrutura. Quanto mais tempo um veículo fica parado em uma fila ou tendo dificuldades em uma estrada ruim, mais custosa é a viagem, mais impactos ao meio ambiente são gerados, mais cansativo é para o motorista e mais perigoso fica o trânsito, entre tantas outras questões. Essa falta de estrutura afeta a vida de todos os brasileiros, apesar de às vezes ela não ser percebida pelas pessoas. Porém, na economia, tudo está interligado”, finaliza o executivo.
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