Veículos permitem a operação autoguiada mais eficiente e econômica nos canaviais
A automação dos caminhões na colheita do canavial já é uma realidade na agricultura brasileira. A tecnologia ajuda a resolver em 30% um problema causado pela mecanização: o esmagamento das plantações provocado pela passagem dos pneus dos veículos. Volvo, Mercedes-Benz e Scania são as fabricantes que lançaram esse tipo de caminhão autônomo destinado ao produtor.
A Volvo foi a primeira a apresentar os caminhões autônomos em 2017 e, no ano seguinte, entregou sete unidades do modelo VW para o Grupo Usaçucar, de Maringá (PR). O veículo foi desenvolvido pela área de engenharia avançada no Brasil, com apoio da matriz na Suécia.
Para a fabricante, a tecnologia autônoma é uma forma de prestação de serviço. “Podemos comparar com os serviços de TV a cabo ou internet. Existe um equipamento, mas não pagamos por ele e sim pelo conteúdo entregue”, afirma Bernardo Fedalto, diretor comercial de caminhões da Volvo. “Com a alta produtividade da tecnologia autônoma, os valores envolvidos são vantajosos para o cliente desde a primeira safra.”
Segundo o executivo, a cada cinco safras potenciais de cana, uma é perdida devido ao pisoteamento das mudas pelo caminhão convencional, durante a colheita. Com a precisão de direção da tecnologia autônoma, é possível zerar essa perda, aproveitando todo o potencial da lavoura.
O Volvo VM é equipado com o avançado sistema que permite a operação em modo autoguiado quando está dentro da lavoura de cana. Durante a colheita, o veículo “enxerga” de forma virtual as linhas de plantação e trabalha sem a interferência direta do motorista.
“É impossível o condutor alcançar a mesma precisão. Com isso, reduzimos drasticamente as perdas por esmagamento das mudas novas, um dos maiores problemas de produtividade”, afirma Alan Holzmann, diretor de planejamento estratégico de produto da Volvo na América Latina. Para conseguir tamanha precisão de 2,5 cm, o caminhão possui um sistema de geolocalização, que identifica com exatidão o caminho e aciona o sistema de direção.
A tecnologia do caminhão autônomo e a função do motorista
A tecnologia, porém, não elimina a função do motorista, que segue responsável por levar o veículo até as linhas de plantação e depois para o ponto de descarga, reiniciando um novo ciclo.
Além do VM, a Volvo vem testando a tecnologia autônoma em veículos comerciais para diferentes aplicações, como caminhões de mineração (na Suécia) e de coleta de lixo (na Inglaterra).
Mas a Volvo não reinou sozinha no mercado de caminhões autônomos por muito tempo no Brasil, A Mercedes-Benz lançou o Axor 3131 com direção autônoma, veículo desenvolvido em parceria com a Grunner, empresa de tecnologia para o campo.
O modelo começou a ser comercializado em 2019 e hoje segue em operação na colheita da cana no Brasil e em outras atividades. “O Axor 3131 agiliza a operação e aumenta a produtividade no abastecimento das usinas de açúcar e etanol”, diz Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.
Segundo a fabricante, em comparação com os tratores, o uso do Axor 3131 autônomo na colheita de cana economiza 40% de combustível, 40% de lubrificantes e 30% no custo de reparo e manutenção. Além disso, a máquina inteligente tem velocidade de deslocamento 50% maior, mais agilidade nas manobras e eficiência em estradas irregulares.
Com várias capacidades de carga, o Axor 3131 pode transportar até 20 toneladas de cana picada. A direção autônoma é controlada por um sistema que inclui piloto automático, GPS e georreferenciamento, sendo utilizada exclusivamente nos trechos mapeados da fazenda onde acontece a colheita.
Ele trabalha lado a lado com as colhedoras de cana, também de condução autônoma, que fazem a colheita e o corte, lançando a cana picada diretamente na carroceria. Quando o carregamento termina, o motorista assume o controle do Axor para fazer o transbordo aos treminhões dentro da fazenda.
No ano passado, Volvo VM e Mercedes Axos 3131 ganharam companhia. A Scania lançou o caminhão autônomo P280 8×4, mostrado no Agrishow. O veículo foi desenvolvido para o serviço de transbordo da cana e reduz possíveis perdas no processo de colheita. A automação é nível 2, ou seja, precisa da ação do motorista para realizar acelerações, frenagens e manobras.
Fonte: https://agro.estadao.com.br
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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