Sistemas de irrigação e cultivo não conseguem amenizar danos das altas temperaturas
O calor extremo em Mato Grosso do Sul danificou consideravelmente as produções de hortaliças em Campo Grande. Nos últimos dias, pequenos produtores estimam prejuízo de 30%, principalmente da folhagem. Sérgio Aparecido de Souza relata que nos oito anos que atua na área, é a primeira vez que uma grande quantidade de hortaliças não resiste as altas temperaturas. O trabalhador tem uma hora no Parque Dallas, e conta que produção de 20 a 25 são as que mais sofrem perda.
“O calor afeta demais a produção, precisamos de chuva e queda nas temperaturas. A alface não cresce, murcha. Aumentamos a irrigação, mas não adianta muito. É uma perda razoável”, descreve.
O proprietário da Horta Harmonia, no bairro Aero Rancho, que preferiu não se identificar, estima um prejuízo de R$ 2,5 a R$ 3 mil. Cada maço é vendido a R$ 4. Nos últimos dias, só de alface americana, 400 foram descartados.
“A irritação aumentou, mas não resolve, continuam morrendo pelo calor. Nas hortaliças hidropônicas existe um fungo desenvolvido com o alto calor, o pythium. Esse fungo pega na raiz, impede que ela cresça e destrói rápido. O sistema é hidropônico, mesmo com água 24h, as folhas murcham”.
Cotação
Apesar do calor de “derreter” dos últimos 10 dias, a cotação diária do Ceasa-MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), de 18 de setembro a terça-feira (26), mostra que a precificação e oferta de hortaliças e frutas permanece estável.
O diretor de abastecimento e mercado, Fernando Begena, reforça que a produção não sofreu queda, comum na geada e queima de folhagens. “A sazonalidade é normal para o agro [com altas temperaturas]. Legumes e frutas mais aquosas, folhas, aumentam a venda, mas temos o mesmo volume de fornecimento. A precificação acontece pela oferta e procura”.
O reajuste foi pouco significativo na data de referência, houve mudanças no preço do abacaxi, morango. Entre hortaliças, houve reajuste apenas no preço da caixa com unidade da chicória. Apesar não ser aquosa, mas ter consumo elevado nessa época do ano, o preço médio da caixa com 23 kg de banana nanica está em produção fraca.
Produto Preço médio dia 18 Preço médio dia 22 Preço médio dia 26 Abacaxi grande (dúzia) R$ 65 R$ 65 R$ 65 Coco verde (unidade) R$ 4,50 R$ 4,50 R$ 4,50 Laranja lima (saco, 18 a 20 kg) R$ 85 0 R$ 85 Banana nanica (caixa com 23 kg) R$ 90 R$ 90 R$ 90 Melancia (kg) R$ 2 R$ 2 R$ 2 Melão (caixa com 13 kg) R$ 65 R$ 65 R$ 65 Morango (caixa com 1,5 kg) R$ 22 R$ 23 R$ 25 Alface crespa (caixa com 18 unidades) R$ 40 R$ 40 R$ 40 Alface lisa (caixa com 18 unidades) R$ 35 R$ 35 R$ 35 Chicória (caixa com 18 unidades) R$ 36 R$ 35 R$ 36 Chuchu extra (caixa de 20 kg) R$ 65 R$ 65 R$ 65 Couve-folha (maço) R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 1,50 Rúcula (maço) R$ 2 R$ 2 R$ 2 Tomate longa vida (caixa de 25 kg) R$ 130 R$ 130 R$ 130 Tomate rasteiro (caixa de 25 kg) R$ 80 R$ 80 R$ 80
Fonte: Cotação diária Ceasa-MS
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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