“Cade uruguaio” bloqueia venda de unidades da Marfrig para a Minerva

A CPDC, órgão uruguaio responsável pela defesa da concorrência e similar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Brasil, rejeitou a autorização para a finalização da venda de três unidades de abate da Marfrig para a Minerva.

A Comission de Promocion y Defensa de la Competencia (CPDC) – equivalente ao brasileiro Conselho Administrativo de Defesa econômica (Cade) – recusou a autorização para a negociação das plantas de abate em Colônia, Salto e San José, no Uruguai, avaliadas em R$ 675 milhões na transação anunciada em agosto do ano passado.

Anúncios de grandes fusões e aquisições costumam gerar muita expectativa e movimentação no mercado. Contudo, o processo para concluir tais negócios pode apresentar obstáculos inesperados. Um exemplo clássico é a aquisição da fabricante de chocolates Garoto pela Nestlé, que levou 20 anos para ser aprovada pelos órgãos reguladores, mesmo após o acordo inicial entre as partes.

Embora o caso da compra das plantas de abate de bovinos da Marfrig pela Minerva não deva se arrastar por tanto tempo, as empresas enfrentaram um “contratempo” significativo na terça-feira, dia 21.

A CPDC, órgão uruguaio responsável pela defesa da concorrência e similar ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) do Brasil, rejeitou a autorização para a finalização da venda de três unidades de abate da Marfrig para a Minerva.

De acordo com comunicados emitidos por ambas as empresas, a negociação das plantas situadas em Colônia, Salto e San José foi vetada. Essas três unidades uruguaias estavam incluídas no pacote de ativos de abate que seria vendido à Minerva.

As empresas esclarecem que a falha na negociação das plantas no Uruguai não afetará os acordos relacionados a ativos semelhantes no Brasil, na Argentina e no Chile. As três unidades uruguaias foram avaliadas em R$ 675 milhões, valor que não deverá ser transferido da Minerva para a Marfrig, caso persista a negação do órgão uruguaio. O montante total da operação estava estimado em R$ 7,5 bilhões.

A maioria das 16 unidades envolvidas na transação está situada no Brasil, que abriga 11 desses ativos. A operação também inclui uma planta na Argentina e outra no Chile. Agora, o mercado volta sua atenção para o andamento das negociações das outras 13 plantas, principalmente no Brasil.

Sete meses após o início das negociações entre as gigantes da carne Minerva Foods e a Marfrig Global Foods para a aquisição de unidades de abate e desossa de bovinos, a conclusão da transação ainda aguarda a aprovação do Cade. A transação, avaliada em R$ 7,5 bilhões, com R$ 1,5 bilhão já desembolsados no momento da celebração do contrato, representa uma das movimentações mais significativas no mercado de processamento de carnes.

No final de abril, a Superintendência-Geral do Cade classificou como “complexa” a aquisição das unidades de abate da Marfrig pela Minerva no Brasil. Essa decisão resultou na extensão do prazo de análise da operação pelo órgão brasileiro de defesa da concorrência. Em situações como essa, a análise pode demorar quase um ano para ser concluída. A decisão permite uma extensão do prazo de análise de 240 para 330 dias, o que pode empurrar a decisão final para 14 de dezembro.

De acordo com o Cade, é essencial conduzir várias diligências durante o processo. O órgão solicitou informações de diversas partes envolvidas, incluindo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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