A primeira metade do mês terá um papel crucial na redução dos estoques de carne, dada a previsão de uma melhora no consumo interno, com isso, as indústrias estão fora das compras para evitar qualquer reação de alta nas cotações do boi gordo, enquanto enxugam seus estoques.
O mercado físico do boi gordo registrou preços de estáveis a mais baixos nesta quarta-feira (2) nas principais praças de produção e comercialização em todo o país. Conforme verificado pelas consultorias que avaliam o mercado, a primeira metade do mês terá um papel crucial na redução dos estoques de carne, dada a previsão de uma melhora no consumo interno, com isso, as indústrias estão fora das compras para evitar qualquer reação de alta nas cotações, enquanto enxugam seus estoques.
Com isso, aqueles compradores que apareceram no mercado, tem ordem e persistem as tentativas de compras em níveis mais baixos. Esta semana tem sido marcada por um ritmo mais lento de negociações, com algumas regiões mantendo escalas de abate confortáveis.
A primeira metade do mês terá um papel crucial na redução dos estoques de carne, dada a previsão de um sólido consumo para esse período. Tanto é assim que o setor atacadista já demonstra sinais de recuperação, como observado pelo analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Segundo a Scot Consultoria, empresa que acompanha o mercado diariamente, em plena quarta-feira e há compradores fora do mercado. Esse quadro tem permitido que os compradores ativos ofereçam menos pela arroba do boi gordo. As cotações do boi e vaca, apesar disso, estão estáveis, porém a cotação da novilha caiu R$5,00/@ na comparação feita dia a dia.
Assim, a arroba do boi gordo está sendo negociada em R$230,00, a da vaca em R$205,00 e a novilha em R$220,00, preços brutos e a prazo, apontou o relatório diário da Scot em relação aos animais destinados ao mercado interno.
Já o Indicador do Boi Gordo Cepea, o mercado encerrou com média de R$ 242,10/@ após uma valorização de 0,83% na comparação diária. Com isso, os valores tiveram uma ligeira alta em relação ao primeiro dia do mês de agosto, que havia ficado cotado a R$ 240,10/@. Confira o gráfico abaixo com a movimentação do indicador ao longo dos últimos 30 dias.
Ainda em relação a média pelo Brasil, o app da Agrobrazil – parceira do Compre Rural -, mostrou estabilidade em Goiás. Já as praças pecuárias de Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, tiveram recuo na média diária. Em contrapartida, a praça paulista teve valorização de R$ 1,40/@, acompanhando a cotação do Cepea. Confira o mapa com as cotações.
“Apesar da oferta mais enxuta de boiada gorda, os volumes disponíveis no mercado são suficientes para atender as necessidades das unidades de abate, uma vez que o lento ritmo do escoamento da produção de carne bovina eleva a cautela das indústrias”, afirmam os analistas da S&P Global.
Pelo lado da oferta, continua a consultoria, alguns produtores brasileiros permanecem liquidando os seus lotes remanescentes de boiada gorda, preocupados com o avanço da estação de seca.
O “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – está sendo negociado em R$235,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum. O mercado para o animal com destino a exportação também segue fragilizado diante do menor valor da carne negociada no exterior, o que pressiona as margens das indústrias que, consequentemente, não conseguem repassar melhores valores para o pecuarista.
Exportação de carne bovina in natura
Em julho, foram exportadas 160,79 mil toneladas de carne bovina in natura. A média diária embarcada foi de 7,6 mil toneladas, queda de 3,8% comparada a julho/22. O faturamento médio diário foi de US$36,2 milhões, queda de 30,4%. O preço médio pago pela tonelada ficou em US$4.740,30, frente a US$6.549,90 em julho/22.
No período de janeiro a julho de 2023, os embarques da proteína in natura somaram 1,043 milhão de toneladas, com queda de 4,9% sobre o volume computado em igual período de 2022, de 1,097 milhão de toneladas, de acordo com a HN Agro.
Em faturamento, as vendas externas atingiram US$ 4,899 bilhões no acumulado dos sete meses do ano, com retração de 20% em relação ao resultado obtido no mesmo intervalo do ano passado, de US$ 6,121 bilhões.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- Em São Paulo, a referência para a arroba do boi atingiu R$ 233;
- Em Dourados (MS), a arroba foi indicada a R$ 236;
- Em Cuiabá (MT), o valor ficou em R$ 209;
- Já em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 220;
- Por sua vez, Uberaba (MG) apresentou o preço da arroba a R$ 230.
Boi no atacado
No segmento atacadista, os preços da carne bovina registraram aumento no dia de hoje. A tendência é que essa alta se intensifique ao longo da primeira metade do mês, período caracterizado por um forte apelo ao consumo.
Além do impacto da injeção dos salários na economia, também é importante mencionar o aumento no consumo devido ao Dia dos Pais. No entanto, a carne de frango continua sendo uma opção mais competitiva quando comparada às demais, conforme destacado por Iglesias.
O quarto dianteiro foi cotado a R$ 12,90 por quilo, refletindo um aumento de R$ 0,25. Enquanto isso, o quarto traseiro teve uma cotação de R$ 17,50 por quilo, apresentando um acréscimo de R$ 0,50. A ponta de agulha, por sua vez, alcançou R$ 12,70 por quilo, registrando um aumento de R$ 0,40.
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