Cadê o boi? Sem negociações, preço da arroba fica estável

A semana começou, de certa forma, como de costume. Frigoríficos avaliando mercado e se posicionando fora das compras; Pecuaristas aguardam ofertas!

O mercado físico de boi registrou preços acomodados nesta segunda-feira, 25, já que as indústrias se posicionaram de forma cautelosa e, poucos que abriram o balcão de negociações, já iniciaram com tentativas de negócios abaixo da referência média. Os frigoríficos ainda desfrutam de uma posição confortável em suas escalas de abate e seguem exercendo pressão sobre os criadores.

Como de costume, após a semana mais curta e o feriado prolongado, as indústrias frigoríficas brasileiras passaram o dia contabilizando as vendas de carne bovina e montando suas estratégias de compras para a semana. Outros fatores que podem mexer com o mercado é a alta do dólar e o volume das exportações de carne bovina.

Os embargos provisórios impostos sobre unidades frigoríficas brasileiras ainda são fator importante a ser considerado, moldando as estratégias dos frigoríficos exportadores na compra de gado, segundo as consultorias.

Segundo a Scot Consultoria, o mercado do boi gordo em São Paulo está estável desde 13/4, em função do equilíbrio entre oferta e demanda. Hoje, as cotações ficaram estáveis comparadas à última sexta-feira (22/4). O boi gordo está sendo negociado por R$315,00/@, a vaca gorda por R$279,00/@ e a novilha gorda por R$312,00/@, preços brutos e a prazo.

Para os machos cujo destino é a exportação, os negócios estão em até R$330,00/@. A Agrobrazil, informou negociação de R$ 330/@ em Presidente Bernardes, no estado São Paulo, com pagamento à vista e abate para o dia 06 de maio. Confira os detalhes da negociação na figura abaixo.

Ainda no mercado físico, segundo o app da Agrobrazil, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 319,24/@, conforme dados informados no aplicativo. Já a praça de Goiás teve média de R$ 295,03/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 296,38/@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ R$ 319,20@.

O Indicador do Boi Gordo – Cepea/Esalq, recuou cerca de R$ 12,50/@ na última semana, e trouxe estabilidade nesta segunda-feira. Sendo assim, os preços permanecem na casa dos R$ 328,90/@. Ainda segundo a instituição, o valor da arroba em dólar, voltou a recuar e segue cotada a US$ 67,49/@. Confira no gráfico abaixo como se comportou o valor nos últimos 30 dias do mês.

“Para o pecuarista a tendência é de perda de capacidade de retenção conforme as pastagens vão perdendo qualidade no decorrer do segundo trimestre, e este é mais um elemento de pressão que precisa ser considerado. Como ponto de sustentação precisa ser mencionada a data comemorativa do Dia das Mães, período que costuma produzir efeito positivo sobre a demanda de carne bovina”, disse Iglesias.

Ainda em clima de feriado e com poucas negociações, o mercado do boi gordo iniciou a semana em estabilidade. Na B3 o futuro com vencimento para mai/22 ficou cotado a R$ 322,15, uma variação diária de 0,30%. 

Exportações

As exportações de carne bovina in natura reduziram o ritmo, durante a última semana 29,47 mil toneladas foram embarcadas, queda de 29,56% no comparativo semanal. Até o momento, 119,45 mil toneladas da proteína bovina foram exportadas para o mercado externo em abr/22, volume 12,04% superior quando comparado ao mesmo período no ano passado. Com este resultado, a probabilidade de mais um recorde mensal para as exportações de carne bovina brasileira é muito grande.

O mercado externo está pagando em média US$ 4,91 mil/t pela carne bovina brasileira, valorização em 0,31% ante a segunda semana de maio/21. Foram arrecadados US$ 165,48 milhões nos últimos 5 dias úteis e com isso a receita referente ao mês bateu a casa dos US$ 435 milhões. Apesar do preço 11,64% maior que em relação ao mesmo período do ano passado, a receita obtida com a venda de proteína bovina está 14,71% menor que em maio/20.

carcacas frogirificas no frigo
Foto Divulgação.

Tendência de queda

Temperaturas mais baixas e a ausência de chuvas nas áreas de pecuária do MS já consolidam um cenário de risco elevado na retenção de animais nas propriedades, avaliam os analistas da IHS.

Assim, para evitar a perda de peso dos animais diante do menor volume de massa verde disponível nas pastagens, alguns pecuaristas presentes nas regiões do MS liquidam as ofertas remanescentes, o que resultou em retrações nos preços da arroba, ressalta a consultoria.

Um outro fator que impulsiona as vendas de boiadas gordas é a proximidade do início da campanha de vacinação contra febre aftosa, a partir de maio. Dessa maneira, prevê a IHS Markit, os preços dos animais terminados tendem a continuar em ritmo de queda em algumas praças do País. De todo modo, continua a IHS, em geral, os negócios no mercado do boi seguem cadenciados, refletindo o ambiente de incertezas quanto ao ritmo das vendas, tanto no mercado externo quanto interno.

Giro do Boi Gordo pelo Brasil

  • Em São Paulo, capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 323 a arroba.
  • Já em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 292.
  • O valor da arroba em Cuiabá (MT) ficou em R$ 293.
  • Em Uberaba (MG), por sua vez os preços ficaram a R$ 310 por arroba.
  • Em Goiânia (GO) a indicação foi de R$ 300 para a arroba do boi gordo.

Atacado

No mercado atacadista do boi, o dia foi de preços estáveis para a carne bovina. Segundo Iglesias, a tendência de curto prazo ainda aponta para alguma queda dos preços. Haveria maior espaço para reajustes no decorrer da primeira quinzena de maio, considerando a entrada dos salários na economia somado ao adicional de demanda proveniente das comemorações relacionadas ao Dia das Mães.

O quarto traseiro foi precificado a R$ 23,50 por quilo. O quarto dianteiro foi precificado a R$ 16,60 por quilo. A ponta de agulha teve preço de R$ 15,70 por quilo.

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