Tendência altista se mantém nas principais regiões pecuárias, refletindo a enorme escassez de boiadas e o aumento dos embarques de carne bovina. Confira!
Nesta quinta-feira, seguindo a tendência dos dias anteriores, o mercado brasileiro do boi gordo manteve-se com preços firmes nas principais praças pecuárias, com o registro de algumas novas valorizações na arroba em importantes regiões, como em São Paulo e no Mato Grosso.
Na praça paulista, segundo dados apurados pela IHS Markit, o valor máximo do animal terminado subiu mais R$ 1/@ no dia de hoje, atingindo o patamar de R$ 237/@, a prazo. Nas praças de Cáceres, Tangará e Barra do Garças, no Mato Grosso, a boiada gorda também teve valorização de R$ 1/@ nesta quinta-feira, para R$ 211/@, R$ 212/@ e R$ 241/@, respectivamente – valores máximos, também a prazo.
A baixa oferta de animais terminados segue como fator preponderante para pressão altista. Diante da enorme dificuldade em comprar matéria-prima, as indústrias frigoríficas não têm outra saída a não ser oferecer valores mais altos pela arroba para conseguir levar bons lotes para as câmaras frias.
Segundo a IHS Markit, o cenário de oferta restrita é “resultado da retenção de fêmeas por parte dos pecuaristas, como alternativa para reposição do rebanho frente dos altos custos de bezerros e bezerras, e também dos desincentivos ao confinamento com os quais os produtores se defrontaram ao longo de suas escolhas neste ano”.
No aplicativo da Agrobrazil, o Boi China já registra negócios pontuais, na casa de R$ 240/@ com pagamento à vista. A média para São Paulo ficou na casa de R$ 234,42, com preços variando de R$ 233 a R$ 240/@.
Os valores do Cepea dispararam nesta quinta-feira, com preço batendo recorde histórico e fechando a R$ 234,25. Lembrando que o maior valor já registrado foi em novembro de 2019 com preço de R$ 231,20. Tendência é de alta nas principais praças pecuária!
Na maior parte das praças pesquisadas, os frigoríficos operam com escalas sendo preenchidas para o início da próxima semana. Há registro de plantas maiores que trabalham com lotes de confinamento próprio comprados à termo e, consequentemente, programações de abate um pouco mais confortáveis, informa a IHS.
Na avaliação da consultoria, a tendência de alta na arroba pode se fortalecer ainda mais na próxima semana, quando está previsto a entrada dos salários nas contas bancários dos trabalhadores, situação que, tradicionalmente, costuma alavancar o consumo de carne bovina durante a primeira quinzena de cada mês – mais dinheiro no bolso, mas bife à mesa da população.
Outro estímulo para o avanço nos preços do boi gordo é o grande apetite dos importadores pela carne bovina brasileira, sobretudo a China, que tem comprado volumes bastante expressivos nos últimos meses.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem firmes. Conforme Iglesias, as indicações são de que haverá uma retomada do movimento de alta nos preços na virada do mês, avaliando a entrada da massa salarial na economia como um motivador do consumo.
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Com isso, a ponta de agulha permaneceu em R$ 13,00 o quilo. O corte dianteiro seguiu em R$ 13,60 o quilo, e o corte traseiro continuou em R$ 15,60 o quilo.
No atacado, os preços da carne bovina reagiram nesta quinta-feira em todo o Brasil. Com a menor oferta de carne, em função da dificuldade para produção dos cortes bovinos nos frigoríficos, as cotações dos cortes registraram altas, segundo apurou a IHS Markit. O consumo interno de proteínas, porém, ainda segue irregular e abaixo dos níveis registrados antes da pandemia.
Compre Rural com informações da Agrobrazil, IHS Markit, Cepea, Portal DBO e Agência Safras