Homem admite ter matado amigo em caçada, mas diz que o confundiu com javali; Por estar em um local de difícil acesso, não conseguiu acionar o socorro médico. Veja!
Uma caça a javalis entre amigos terminou em tragédia na zona rural de Itanhandu, no Sul de Minas Gerais. Depois de confundir a vítima com o animal, um homem de 45 anos atirou acidentalmente no colega, que não resistiu ao ferimento e morreu no local, conhecido como Fazenda Paraíso. Pelo fato de o local ser uma área de mata fechada e difícil acesso, o suspeito não conseguiu acionar o socorro para salvar o amigo.
Um homem morreu ontem após ser alvejado por um tiro disparado por um amigo durante uma caçada na Fazenda Paraíso, em Itanhandu, Minas Gerais. De acordo com a Polícia Militar, o suspeito assumiu a autoria do crime, mas afirmou que confundiu o amigo com um javali.
Ele relatou que tentou socorrer a vítima, mas, por estarem em uma mata fechada, não conseguiu fazer o resgate sozinho, voltou à sede da fazenda e pediu para que chamassem a polícia.
O suspeito afirmou à PM que era amigo da vítima, Paulo César da Silva, 43, há muito tempo e que eles combinaram de ir ao local para caçar um javali que estava rondando a área.
Ainda segundo o depoimento, eles avistaram o animal em meio à mata e a vítima realizou um primeiro disparo contra o javali. Neste momento, o suspeito pensou ter visto o animal correndo e realizou um disparo naquela direção. Foi então que escutou um grito e percebeu que havia atingido o amigo.
O autor do disparo foi preso em flagrante e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil da cidade. A vítima portava uma espingarda calibre 28, e o suspeito, uma espingarda de calibre 32. Ao se apresentar à polícia, o homem entregou a arma, 10 cartuchos intactos e um cartucho vazio.
O local foi isolado pela Polícia Militar, que acionou a perícia técnica. Quando os trabalhos periciais terminaram, o corpo foi encaminhado para o IML de São Lourenço.
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Amigos tinham licença para caça, mas não com arma de fogo
De acordo com a PM, os dois caçadores possuem registro para posse de arma – permissão para ter -, mas não para porte – permissão para andar com ela.
Eles também têm licença no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para a atividade de manejo de fauna exótica invasora, que permite a caça de javali com emprego de armadilhas, ceva, espera, cães, faca, zagaia, lança, armas de pressão, arcos e bestas. No entanto, para utilizar armas de fogo, além do cadastro no Ibama, também é necessário ter o Certificado de Registro (CR) de Caçador do Exército, que eles não têm.
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“Eles tinham autorização para ter arma em casa. Mas não tinham para transportar até o local da caçada. Nós acionamos a Polícia Militar Ambiental, mas não foi registrado crime ambiental pelo abate do animal por se tratar do javali, que não é uma espécie da nossa fauna”, explicou o tenente da Polícia Militar, José Ednilson Marcelino da Silva.
A caça do javali foi autorizada em todo o país em janeiro de 2013. De acordo com o Ibama, o animal nativo da Europa, Ásia e Norte da África é considerado uma das espécies exóticas invasoras mais prejudiciais ao meio ambiente e à economia.
Com informações da UOL