Quando a gente fala sobre exportações de animais vivos, o Brasil é pioneiro em exportar principalmente gado vivo. Para se ter uma ideia, o setor vem crescendo a passos largos com novos mercados sendo abertos.
Cinco novos mercados externos foram abertos na terça-feira, dia 19, para a exportação brasileira de bovinos vivos: Rússia, Belarus, Armênia, Cazaquistão e Quirguistão, países que integram a União Econômica Eurasiática (UEEA). Nos últimos cinco anos, esses países importaram mais de US$ 200 milhões por ano em bovinos vivos de outros fornecedores.
A autorização para importação foi concedida durante missão de representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a Moscou, que contou com o apoio da Embaixada do Brasil. Na ocasião, os representantes do Mapa se reuniram com o chefe do Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Federação da Rússia, Sergey Dankvert, para a entrega do Certificado Zoossanitário Internacional (CZI).
A abertura dos novos mercados é resultado do esforço conjunto do Mapa e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Em 2022, o Brasil exportou pouco mais de US$ 1,8 bilhão em produtos do agronegócio para a UEEA, sendo os principais: soja em grãos (48%), açúcar bruto (16%), carne bovina (9%) e café verde (7%).
A abertura dos novos mercados é resultado do esforço conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Exportações de Animais
As exportações no ano de 2019 chegaram a um valor FOB de US$ 457 milhões, uma queda de mais de 20% se for comparado ao ano de 2018 quando haviam sido exportados US$ 621 milhões. Em torno de 181 mil toneladas foram principalmente para países como Turquia e Iraque, que são os países que mais importam animais vivos do nosso país. Cabe lembrar que os ano de pandemia trouxeram grandes restrições a esses mercados, o que justifica em grande parte a queda no volume exportado.
A Turquia como já foi citado acima é o principal destino das exportações de Animais Vivos e correspondeu no ano de 2019 a 26% de todos os países para onde a mercadoria vai. Em valores a Turquia pagou US$ 127 milhões no produto. Em seguida vem o Iraque, para onde também vai Animais vivos em grande quantidade e em valores, foram US$ 89,2 milhões.
O Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, registrou um crescimento de 800% nas exportações de gado vivo de janeiro a julho deste ano em comparação com o mesmo período de 2022. Até julho, foram exportadas 120 mil cabeças, em contraste com pouco mais de 10 mil no mesmo período anterior.
Segundo a Portos RS, estatal que gerencia o sistema hidroportuário do Rio Grande do Sul, o aumento nas exportações de gado vivo está relacionado à qualidade das raças e ao cumprimento dos padrões sanitários. Além disso, países importadores com escassez de proteína recorrem ao gado vivo devido às limitações de refrigeração, permitindo que os animais mais jovens terminem seu desenvolvimento no destino.
A exportação de bovinos vivo tem muito espaço para crescer
O Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, de acordo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), ainda está em fase embrionária quando se trata da comercialização de gado em pé – nome técnico que indica esse tipo de transação. Em 2021, foram exportadas em torno de 2,4 milhões de toneladas de bovinos vivos em todo o mundo, esse volume representa aproximadamente 20% do comércio internacional de bovinos, considerando a soma de animais vivos e carnes. Nesse período, a participação do país foi de pouco mais 1% do total.
O comércio de animais vivos, embora promissor, exige uma operação logística complexa. Para chegar ao país de destino, o animal geralmente precisa enfrentar uma viagem de milhares de quilômetros, que vai da fazenda fornecedora ao porto de origem, passando pelo transporte marítimo e por terra, até o frigorífico ou a fazenda de destino. Muitas vezes ainda se exige um período de quarentena no mercado de destino.
A entrada do Brasil no restrito grupo exportadores de gado vivo é resultado do esforço conjunto do setor privado e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Empresários do setor agropecuário souberam aproveitar a oportunidade e mostrar ao mercado que o Brasil atende aos quesitos necessários para atuar como player nesse segmento, oferecendo a qualidade e a sanidade do rebanho bovino exigidas. O Mapa criou as condições legais, de acordo com as normas internacionais, para impulsionar esse segmento exportador, reconhecendo a capacidade do IB para realizar as análises necessárias.
A comercialização do gado em pé é um nicho que, se bem explorado, pode trazer mais divisas para o Brasil e o reconhecimento do setor, coloca o Instituto Biológico como centro de excelência e referência em saúde animal, afirma a pesquisadora.
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