É uma grande notícia para a produção, mas ainda há muita incerteza vinda do mercado. Inflação e juros elevados podem trazer retração no mercado.
A produção nacional de grãos atingirá 312 milhões de toneladas no próximo ano. Será uma safra recorde, mas com muitos desafios.
É o que espera a Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) na primeira estimativa para a safra 2022/23. Sergio De Zen, diretor da entidade, adverte, no entanto, que o produtor deverá tomar muito cuidado na comercialização e nos investimentos.
É uma grande notícia para a produção, mas ainda há muita incerteza vinda do mercado. Inflação e juros elevados podem trazer retração no mercado internacional.
Uma demanda menor na Europa ou na China, no caso chinês devido aos lockdowns, deve afetar os preços, o que é bom para o consumidor, mas traz desafios para o produtor, uma vez que ele fez o plantio com custos elevados, segundo o diretor.
Se o volume nacional esperado pela Conab for confirmado, a produção de 2022/23 será 15% superior à anterior. Em volume, serão 41,5 milhões de toneladas a mais.
A produção nacional de grãos avança rapidamente, mas muito voltada para o mercado externo. Soja e milho vão somar 279 milhões de toneladas. Deste volume, 141 milhões serão destinados ao mercado externo, segundo a Conab.
A produção de soja tem potencial para atingir 152 milhões de toneladas; a de milho, 127 milhões. Do volume de milho, 96 milhões virão da segunda safra.
Já a produção de arroz e de feijão recua para 13,7 milhões de toneladas, 0,44% a menos do que na safra anterior, obrigando o país a importar 1,2 milhão de toneladas desses produtos.
A soja terá um aumento de área de 3,4%, com o plantio se espalhando por 43 milhões de hectares. O espaço dedicado ao arroz recuará para 1,5 milhão de hectares, 5% a menos do que no ano anterior.
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Considerando dados médios para o país, a produção será alavanca pela produtividade. A área total semeada cresce 3%, enquanto o rendimento médio por hectare terá evolução de 13%, desde que o clima ajude durante plantio, desenvolvimento das culturas e colheita.
Os dados desta quinta-feira (6) da Conab indicam que a agricultura avança para o Norte. A região terá um crescimento de 6,5%, com destaque para Roraima, cuja evolução será de 20%.
O Nordeste cresce 1,6%; e o Centro-Oeste, 4,2%. Sul e Sudeste evoluem 1% e 2,2%, respectivamente.
A área de soja aumenta 26% em Roraima; 18% em Alagoas, e 12% no Pará. Já a de milho tem aumento previsto de 13% em Tocantins e em Rondônia e de 7,4% Maranhão.
A Conab não mexeu nos números de trigo, em relação aos divulgados em setembro. A área de 2022/23 ficou em 3 milhões de hectares, com previsão de produção de 9,4 milhões de toneladas. Quanto aos preços, Allan Silveira, da Conab, diz que estão mais fracos neste período de safra, mas que não terão muito espaço para quedas devido ao cenário internacional.
Etanol Para Guilherme Nolasco, presidente da Unem (União Nacional de Etanol de Milho), a evolução da safra de milho é um incentivo para a produção de etanol proveniente deste cereal.
Etanol 2 Em 2021/22, a produção de etanol de milho deverá atingir 4,5 bilhões de litros, segundo o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), com moagem de 10,3 milhões de toneladas do cereal. Em 2030/31, serão 10 bilhões de litros, estima a Unem.
Proteínas As exportações de carne bovina somam 1,5 milhão de toneladas de janeiro a setembro deste ano, 18% a mais do que em igual período de 2021. O preço médio recebido, no entanto, recuou 8% por tonelada.
Proteínas 2 Os dados são do Radar Agro do Itaú BBA. No mesmo período, o preço médio da carne de frango exportada caiu 2,3%; o da suína, 27%.
Soja A HedgePoint Global Markets estima uma área de 42,8 milhões de hectares para a soja na safra 2022/23. A produtividade deverá atingir 3.435 quilos por hectare, abaixo dos 3.552 da Conab. Com isso, a produção estimada pela HedgePoint para a oleaginosa é de 147,1 milhões de toneladas.
Fonte: Folha de S. Paulo
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