País se prepara para receber a COP 30, a Conferência Mundial do Clima, que este ano acontecerá em Belém do Pará; oportunidade para mostrarmos nosso agro sustentável ao mundo todo
Por Luciano Vacari* – Já estamos em 2025, e assim como todo novo ciclo vem veio de desafios e oportunidades, e apesar de muito ter sido feito, ainda ficou bastante coisa marcada em vermelho nas agendas, e como em todo início de ano as intenções são várias, desde aquele regime pós festas até os famosos 40 dias sem bebida.
São promessas e mais promessas para inconscientemente tornar o caminho mais fácil, já que o poder da mente é uma coisa extraordinária não é mesmo? Comer lentilha, pular as temidas 7 ondas, vestir branco são mandingas que fazem parte da liturgia da passagem. Mas na prática, o que precisamos fazer para tirar nossos projetos do papel e colocá-los em operação? A resposta é muito simples, planejamento, estratégia, muito trabalho e paciência.
A regulamentação da lei dos bioinsumos, por exemplo, é uma grande tarefa. Uma oportunidade que, se bem construída, colocará o Brasil na vanguarda da produção agropecuária, mas para isso é necessário o mesmo diálogo e paciência demonstrados durante toda a discussão e votação do projeto de lei. Temos ainda os preparativos para a COP 30, a Conferência Mundial do Clima, que este ano acontecerá em Belém do Pará, um marco não? Além de um grande recado para o mundo, afinal já tivemos COPs em todo canto do mundo, até mesmo no maior produtor de petróleo do planeta, mas nunca discutimos sustentabilidade no meio da floresta amazônica.
Em 2025 temos, como nunca tivemos a chance de mostrar ao mundo nosso modelo produtivo. As boas práticas utilizadas no campo, assim como todo o pacote tecnológico desenvolvido com muita pesquisa e que fizeram com que produzíssemos cada vez mais carne, grão ou fibra por hectare/ano. É a ocasião perfeita para mostrarmos muito mais que os povos tradicionais e suas danças, mas a integração entre a produção e a sustentabilidade.
Serão milhares de turistas, autoridades e militantes que estão loucos para conhecer o boto, provar o tucupi e sentir a brisa da floresta, mas os visitantes também buscam respostas para conter o aquecimento global, reduzir ou por que não zerar o desmatamento e provemos a justiça social.
O plantio direto, a integração lavoura pecuária floresta, o ABC+, o plano nacional de conversão de pastagens degradadas e a plataforma AgroBrasil Mais Sustentável serão nossos cartões de visitas, mas nenhum outro projeto gera tanta expectativa o PNIB – Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Bubalinos.
Imaginem a cara da plenária quando as autoridades brasileiras disserem que já está, sim já está em funcionamento no Brasil um programa que até 2032 identificará individualmente todo o rebanho nacional? Imaginem os olhares, os sorrisos, e é claro as palmas, por que esse programa merece ser aplaudido de pé.
Porém, como sempre tem um porém, temos alguns desafios. Vejamos 2.
Como fazer com que as informações das propriedades cheguem até um banco de dados único e como dar condições para que o pequeno produtor e as comunidades tradicionais acessem a tecnologia? A resposta para a 2ª pergunta é política pública, o Brasil precisa ter um projeto de inclusão produtiva e social. Já a 1ª pergunta é um problema.
O governo federal está desenvolvendo o seu sistema de gestão de dados, mas os sistemas de defesa dos estados são independentes, ou seja, não conversam entre eles. Temos ótimos sistemas em operação, e outros não tão bons. O grande desafio é fazer com que os estados utilizem o mesmo nível de tecnologia para não termos nenhum elo fraco.
O que eu desejo para 2025? Saúde, paciência e o melhor sistema de defesa agropecuária do mundo.
Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.
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