E isso sem derrubar uma árvore. Há muitas áreas degradadas que podem ser transformadas em lavouras e pastagens. O Brasil já é, atualmente, um dos cinco principais produtores de 34 commodities agrícolas.
Agronegócio brasileiro é um dos pilares de sustentação da economia do país – responsável por 27,4% do PIB em 2021 – e alimenta 1 bilhão de pessoas pelo mundo. Foi o investimento em ciência ao longo de décadas que, segundo a Embrapa, ajudou a posicionar o Brasil entre os produtores mundiais de alimentos. Para se ter uma idéia, o país já é atualmente um dos cinco principais produtores de 34 commodities agrícolas e caminha para ser o maior produtor de alimentos do mundo.
Em 2021, o País registrou marcos importantes no agro: foi o maior exportador mundial de soja do planeta, com 91 milhões de toneladas; terceiro maior produtor de milho e feijão, com 105 milhões e 2,9 milhões de toneladas, respectivamente; mais de um terço da produção mundial de açúcar é gerado aqui, liderança absoluta no produto; e o maior volume de carne bovina exportada do mundo saiu daqui, cerca de 2,5 milhões de toneladas.
Apesar disso, os ainda EUA são os maiores produtores mundiais de alimentos. Entretanto, o Brasil tem mais terras agricultáveis que podem ser incorporadas à produção de alimentos que qualquer outro país do mundo. E isso sem derrubar uma árvore. Há muitas áreas degradadas que podem ser transformadas em lavouras, apenas com a incorporação de tecnologias de produção já disponíveis no país.
Mesmo em culturas em desempenho menor e produção estável ao longo dos anos, como o trigo, por exemplo, a perspectiva é de aumento da produção e busca por redução da dependência do cereal importado, crescendo cerca de 200% para próxima safra. Na produção de frutas, o Brasil ocupa a terceira posição, atrás apenas dos megapopulosos China e Índia, porém com exportação ainda modesta, indicando aí um grande potencial.
“Há quatro décadas, o Brasil importava alimentos. Hoje, somos um dos maiores exportadores mundiais”, destacou Bolsonaro, na abertura da 77ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), realizada na sede da organização, em Nova Iorque.
Demanda mundial por alimentos e o papel do Agronegócio Brasileiro
A população mundial já atingiu o patamar de oito bilhões de habitantes. É um número grande demais para imaginar, mas pense assim: no tempo que você leva para ler este parágrafo, a população mundial cresceu cerca de 20 pessoas. Os dados das Nações Unidas mostram que, em 2030, o planeta deverá ter algo entre 8,5 bilhões de pessoas.
Atualmente, segundo os dados divulgados do último levantamento da FAO, o Brasil alimenta 1 bilhão de pessoas em todo o mundo e, com investimentos, deve superar a marca em poucos anos, se tornando o maior celeiro do mundo.
Os cenários apontam um aumento de 35% de demanda por alimento, 40% de energia e em torno de 50% por água. Para ele, o Brasil com as tecnologias disponíveis e os investimentos que devem ser feitos em ciência, tecnologia e inovação agropecuária continuarão sendo extremamente importantes no cenário de 2030, para suprir grande parte dessa demanda por alimentos.
O Brasil produz alimentos e preserva o meio ambiente como poucos países ao redor do mundo. O País só chegou a esta situação porque investiu em ciência, tecnologia e inovação agropecuária Celso Moretti, Embrapa
ALGUNS DESTAQUES DA PRODUÇÃO BRASILEIRA
– O Brasil é o terceiro maior produtor de frutas no mundo, com 58 milhões de toneladas, 5,4% da produção internacional.
– Na produção de café (em grãos), em 2021, o Brasil liderou com 32% do mercado internacional, ou 3,4 milhões de toneladas.
– Maior exportador mundial de soja do planeta (91 milhões de toneladas);
– Terceiro maior produtor de milho e feijão (105 milhões e 2,9 milhões de toneladas, respectivamente);
– Mais de um terço da produção mundial de açúcar é gerado aqui, liderança absoluta no produto;
– Maior volume de carne bovina exportada do mundo saiu daqui (2,5 milhões de toneladas).
Agropecuária brasileira terá maior crescimento da história
À medida que os produtores brasileiros começam a plantar está safra, as previsões sugerem que a colheita de 2022/23 deverá ser a maior de todos os tempos. Para a próxima safra, a CONAB prevê que a produção brasileira ultrapassará 312 milhões de toneladas de soja, milho, algodão, arroz e trigo. Isso é 15% maior do que na safra passada, quando os agricultores brasileiros colheram 271,4 milhões de toneladas de grãos.
Vários fatores estão por trás deste aumento. Os altos preços e boa rentabilidade na temporada passada, juntamente com a depreciação da moeda brasileira em relação ao dólar americano, motivaram os agricultores a aumentar suas áreas.
Projeções do Agronegócio para a próxima década
Projeções do Agronegócio, Brasil 2021/22 a 2031/32, feito pela Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), pela Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e pelo Departamento de Estatística, da Universidade de Brasília (UnB).
Segundo o estudo, o mercado interno, as exportações e os ganhos de produtividade deverão ser os principais fatores de crescimento na próxima década, colocando o Brasil como o maior produtor de alimentos do mundo.
O estudo aponta uma tendência de crescimento com ganhos de produtividade, já que a área de grãos deve aumentar 17% entre 2021/22 e 2031/32, passando de 74,3 milhões de hectares em 2021/22 para 86,9 milhões de hectares em 2031/32, o que corresponde a um acréscimo anual de 1,6%.
As projeções de grãos referem-se aos 16 produtos pesquisados mensalmente pela Conab, como parte de seus levantamentos de safra (Algodão, amendoim, arroz, aveia, canola, centeio, cevada, feijão, gergelim, girassol, mamona, milho, soja, sorgo, trigo e triticale). Nesta atualização das projeções, o mês de setembro da safra 2021/2022 foi tomado como base para o início da série projetada.
A produção de carnes (bovina, suína e aves) deverá passar de 28,4 milhões de toneladas em 2021/22 para 35 milhões de toneladas no final da próxima década, com um aumento de 23%. O maior aumento de produção deve ocorrer em carne de frango, 25,6%, carne suína, 29,1% e carne bovina, 14,9%. Segundo o estudo, esses percentuais podem ser ainda maiores, tendo em vista o aumento da procura por proteína animal.
Deverá ser realizado um esforço de crescimento que consiste em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento no setor, aponta o relatório.
Exportações
As exportações de carne suína devem crescer 38,9% na próxima década, chegando a 1,5 milhão de toneladas. Carne bovina e de frango também devem crescer, respectivamente 34,1% e 26,2%. Nos grãos, o destaque das exportações é a soja em grão, com previsão de crescimento de 48,9%, chegando a 114,9 milhões de toneladas. Algodão em pluma e celulose também devem ganhar espaço no mercado externo, com crescimento de 38,6¨e 32,8% nas exportações.
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Apesar de ser um grande exportador de vários produtos, o mercado interno continua sendo muito relevante. Na produção de carnes, cerca de 70% fica no mercado interno e, na produção de grãos, por volta de 60% fica internamente. O relatório sugere que o país deve aproveitar suas vantagens comparativas em carnes e frutas.
Regiões
O estado do Mato Grosso deve liderar a expansão da produção de milho na próxima década. A produção deve passar de 41,6 milhões de toneladas na safra 2021/2022, para 56,9 milhões em 2031/2032. Na soja, destacam-se como líderes de expansão da produção os estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia e Mato Grosso do Sul.
Na região formada pelos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, conhecida como Matopiba, a produção de grãos deverá passar de 31,8 milhões em 2021/2022 para 40,2 milhões de toneladas nos próximos 10 anos, em uma área plantada de, 10,3 milhões de hectares em 2031/32.
