Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado no setor de produção e exportação de algodão, solidificando sua posição como um dos principais atores globais dessa indústria. País será maior exportador de algodão do mundo, superando os EUA.
Esse avanço no cenário internacional tem suscitado discussões e expectativas quanto à possibilidade de o Brasil ultrapassar os Estados Unidos, que historicamente têm liderado o ranking de maiores exportadores de algodão no mundo. O Brasil encontra-se em vias de conquistar uma posição de destaque como o maior exportador mundial de algodão, com o atual cenário de seca e calor intenso afetando adversamente o Texas, o principal estado produtor de algodão dos Estados Unidos.
O crescimento da produção de algodão no Brasil
O Brasil tem sido palco de uma revolução silenciosa no setor agropecuário, onde a inovação e a tecnologia desempenham papéis cruciais. O crescimento exponencial na produção de algodão é apenas uma das muitas manifestações dessa revolução. Com uma temporada favorável aos cotonicultores, o algodão está prestes a se juntar à crescente lista de produtos nos quais o Brasil supera os Estados Unidos em termos de exportação.
Nos últimos anos, o Brasil não apenas consolidou sua posição como líder mundial em exportação de soja, mas também conquistou o posto de maior vendedor de milho na safra de 2023.
As projeções iniciais para a safra 2022/23 apontam para uma colheita total de grãos estimada em 308 milhões de toneladas, impulsionada principalmente pelo desempenho notável dos mercados de milho, soja, arroz, feijão e algodão. O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, destaca que, “apesar do aumento dos custos de produção, essas culturas ainda mantêm uma sólida liquidez e rentabilidade para os agricultores brasileiros”. Esses fatores têm impacto direto na tendência de crescimento nas áreas destinadas ao cultivo de soja, milho e algodão, como revelado no relatório
“Perspectivas para a Agropecuária Safra 2022/23”, divulgado recentemente pela Conab. Este relatório, que analisa as principais variáveis de mercado e tendências para as culturas, estima uma produção total desses cinco principais produtos agrícolas, que representam mais de 90% da produção de grãos do Brasil, em 294,3 milhões de toneladas.
No que diz respeito ao algodão, as projeções apontam para um cenário de crescimento em termos de área cultivada, produtividade e, consequentemente, produção. Para a safra 2022/23, prevê-se uma colheita de 2,92 milhões de toneladas de algodão em pluma. Esse avanço é impulsionado por diversos fatores, como os preços elevados do produto, a atrativa rentabilidade, estratégias de comercialização antecipada e outros elementos favoráveis.
Com base nessa produção robusta, é esperado que o Brasil supere os Estados Unidos nas exportações, aproximando-se das 2 milhões de toneladas do produto final, juntamente com um estoque remanescente estimado em cerca de 1,75 milhão de toneladas de algodão em pluma ao final de 2023.
O potencial de superar os EUA
O Brasil já ultrapassou os Estados Unidos e se tornou o maior exportador de milho do mundo, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), referentes à safra 2022/2023.
À medida que os Estados Unidos enfrentam um declínio em sua produção de algodão devido às condições climáticas adversas, o Brasil está se preparando para assumir o papel de líder global neste mercado. Peter Egli, diretor de gerenciamento de riscos da Plexus Cotton, observa que, estatisticamente, o Brasil já se encontra praticamente em pé de igualdade com os Estados Unidos e poderia, de fato, se tornar o maior exportador de algodão nesta temporada.
Os Estados Unidos e o Brasil compartilham a responsabilidade de abastecer mais da metade da demanda global por algodão. No entanto, as perspectivas indicam que os Estados Unidos podem ter sua estimativa de exportação de 12,5 milhões de fardos para a temporada 2023/24 reduzida significativamente, à medida que o Departamento de Agricultura dos EUA reavalia sua previsão.
Compre Rural com informações da Conab
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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