Com estimativas entre 3,1 a 3,37 milhões de toneladas de pluma de algodão, as projeções para a safra 2023/2024 indicam que o Brasil está a caminho de superar os Estados Unidos; confira
O Brasil está no caminho para conquistar um lugar de destaque na produção mundial de algodão, impulsionado por histórias de sucesso como a de Carlos Alberto Moresco, produtor que transformou seu amor pela agricultura em uma carreira notável. Moresco, com 49 anos e raízes em Ijuí (RS), teve seu primeiro contato com a agricultura aos 7 anos, influenciado pelos pais que cultivavam grãos e produziam leite.
Formado como técnico de agropecuária em 1993, Moresco ingressou na SLC Agrícola, uma das grandes do agro brasileiro, onde dedicou 20 anos de serviço. Posteriormente, empreendeu uma mudança para Luziânia, município goiano com uma forte vocação agrícola, antes de iniciar sua jornada como produtor rural na Sementes Produtiva.
Em 2007, Moresco tomou a decisão de arrendar terras nos municípios goianos de Luziânia e Cristalina, cultivando soja, trigo, sorgo e milho em 8.000 hectares. No entanto, foi no algodão que ele encontrou uma oportunidade para se destacar, impressionado com as características de produção no Cerrado.
“Fiquei impressionado com as características de produção no Cerrado. É uma cultura desafiadora em termos de custo, mas vi muitas pessoas construindo patrimônio a partir dela”, afirma.
As projeções para a safra 2023/2024 indicam que o Brasil está a caminho de superar os Estados Unidos, alcançando a posição número três no ranking global de produção de algodão, atrás apenas de China e Índia. Com estimativas entre 3,1 a 3,37 milhões de toneladas de pluma de algodão, o país espera competir de perto com os americanos no mercado exportador.
Apesar das preocupações climáticas devido ao fenômeno El Niño, que devem impactar a produtividade, os agricultores brasileiros estão otimistas. Moresco prevê uma pequena queda na produtividade, mas ressalta que o resultado ainda está dentro da média, considerando o ano desafiador.
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destaca os esforços de 30 anos de investimento na cultura, tornando-a mais moderna e sustentável. Alexandre Pedro Schenkel, presidente da Abrapa, afirma que o Brasil merece ocupar seu espaço no mercado global.
“Esses dados não trazem apenas um sentimento de otimismo, mas também de merecimento. Estamos há 30 anos investindo na cultura para torná-la mais moderna e sustentável. Hoje, a produção do Brasil é eficiente, e ela vai ocupar o lugar no mercado dos países que não são”, afirma Schenkel.
Todos os estados brasileiros com vocação agrícola estão aumentando suas áreas de cultivo de algodão, com destaque para Mato Grosso, que projeta um aumento de 3% na área de plantio. Apesar da queda nos preços internacionais, a inclinação para o cultivo da pluma permanece, sendo impulsionada por estratégias como a rotação de culturas.
O Brasil aposta em programas de certificação para conquistar novos mercados, exportando, recentemente, o primeiro lote de algodão à China dentro do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro. A demanda por algodão no mundo deverá crescer organicamente em 2024, com a Ásia destacando-se nas exportações.
O setor enfrenta desafios climáticos, e agricultores devem iniciar o plantio até as primeiras semanas de janeiro devido ao fenômeno El Niño. O sucesso do cultivo depende da gestão eficiente do tempo de plantio e da qualidade do solo.
Em meio a desafios, o Brasil se consolida como uma potência na produção e exportação de algodão, com agricultores comprometidos e estratégias sustentáveis. O país continua a trilhar seu caminho rumo ao topo da produção mundial dessa commodity.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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