Conab projeta uma produção de 123 milhões de ton no Brasil este ano e os produtores estão apostando na aplicação sustentável de defensivos.
Deu-se início à segunda safra do milho em praticamente todo o país, mais conhecida como “safrinha”, mas que hoje já não representa o significado original da palavra por ter se tornado mais significativa tanto em termos de área plantada quanto de produtividade. Sua importância é estratégica no agronegócio brasileiro, pois é o segundo principal produto da safra nacional, perdendo apenas para a soja. Para este ano a expectativa é de um aumento de 11,2% na produção nacional, totalizando um recorde de 122,5 milhões de toneladas, de acordo com o IBGE. Já a Conab e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) preveem números maiores: 124,88 e 125 milhões de toneladas.
Porém, um problema recorrente ataca as plantações e traz prejuízos aos agricultores, podendo inclusive interferir nesses resultados: as pragas. As principais que atingem o milho são a Lagarta-elasmo, Larva-alfinete, Cigarrinha-do-milho, Percevejo-castanho, Lagarta-do-cartucho e o Pulgão do milho, sendo a cigarrinha-do-milho uma das principais neste período.
Para o engenheiro agrônomo, Paulo Villela, a eficiência da pulverização vai impactar diretamente no controle da cigarrinha, o que depende de alguns pontos de cuidado e atenção. “Um fator que pode ser destacado é o cuidado com as áreas não cobertas na aplicação que acabam permitindo que o ciclo da cigarrinha se complete, favorecendo assim o seu aumento populacional. Como o milho é o único hospedeiro conhecido dessa praga, também é importante se atentar ao controle da tiguera (milho voluntário), para evitar a permanência da praga na lavoura e dos patógenos que ela transmite”, ressalta.
Nesse cenário, a aplicação de precisão de defensivos agrícolas aparece como aliada do agronegócio para enfrentar as pragas do milho. “As aplicações nas safras de milho variam dependendo das condições específicas de cada produção, como a região produtora, o clima, o relevo, a quantidade e a intensidade da ocorrência de pragas e doenças, etc. Normalmente são realizadas de três a seis pulverizações desde o preparo do solo até a colheita, e a escolha do tipo de pulverização deve levar em consideração diversos fatores para se obter um bom custo-benefício da operação. Tendo em vista que uma porcentagem significativa da produção de milho no Brasil está localizada na região Centro-Oeste, boa parte das aplicações realizadas são aéreas, justamente devido à conjuntura de fatores favoráveis para isso”, frisa.
Segundo o especialista, a escolha do tipo de pulverização aérea tanto por drone ou avião depende de diversos fatores. Em geral, nos locais onde os talhões são maiores, possuem um relevo menos acidentado e estão distantes das áreas de restrição, a aplicação por avião acaba sendo mais vantajosa. Já nos casos em que os talhões apresentam um terreno mais acidentado ou áreas pequenas, que estão próximos à civilização, culturas vizinhas, áreas de preservação e/ou fontes de recursos hídricos, a aplicação por drone passa a ser não só mais vantajosa como mais segura.
O grau de eficiência de uma aplicação vai depender de diversas variáveis. “Mas de maneira geral, falando sobre a operação de pulverização aérea em si, a média de acerto/uniformidade deve girar em torno de 85%, que varia de acordo com as condições meteorológicas no momento da aplicação e a experiência/qualidade do trabalho do piloto, mas que podem chegar a 98-99% tendo uma ferramenta que permita com que o trabalho deles seja ainda mais acurado por meio de dados de pré-voo e análise dos resultados das aplicações”, destaca Villela.
O engenheiro agrônomo destaca que o milho é a principal cultura do mundo, tendo o Brasil como um dos maiores produtores. “Pela relevância dessa cultura no país já é possível ter uma ideia da necessidade de se ter uma pulverização de precisão. A qualidade dessa operação vai impactar diretamente no resultado final, que inevitavelmente influenciará nas cadeias relacionadas a esta cultura e na economia”, salienta.
De olho no segundo lugar
O Brasil está atrás dos Estados Unidos e da Argentina no ranking dos principais exportadores do cereal. Porém, as fortes secas que atingem o cultivo argentino podem custar o segundo lugar dos hermanos e o Brasil assumir a posição. Outro fator é que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos anunciou uma projeção de redução na produção do produto do país nesta safra. A atitude foi relacionada à dificuldade de escoamento da produção em razão da seca no Rio Mississipi.
Segundo dados divulgados em fevereiro pelo Ipea, o agronegócio do Brasil começou este ano com uma alta de 16,4% no valor das exportações em relação a janeiro de 2022. O milho foi o principal responsável pelo resultado. “Os produtores de milho que fizerem o manejo inteligente da pulverização do cereal terão maiores chances de aumento da produção e lucro, com a economia por meio da aplicação eficiente de defensivo”, destaca.
Fonte: Assessoria Perfect Flight
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