Nos últimos dois meses, pela primeira vez o volume embarcado ficou na faixa de 160 mil toneladas por período; Os dados trazem otimismo para o setor!
A carne bovina in natura exportada pelo Brasil nunca foi tão disputada no mercado internacional, como vem ocorrendo desde o início do ano. Com as turbinas ligadas, de janeiro a agosto o País exportou 1,1 milhão de toneladas in natura, por US$ 4,8 bilhões, recorde absoluto na série histórica do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com base no Secex, divulgados nesta sexta-feira (11/9).
A carne in natura é o grande produto agregador de valor, com o qual o Brasil busca mercados competindo na seara de importantes atores globais, entre eles a Austrália, Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Nos últimos dois meses, pela primeira vez o volume embarcado ficou na faixa de 160 mil toneladas: 169,3 mil em julho e 163,2 mil em agosto. Respectivamente, com valores de US$ 690,8 milhões e US$ 654,2 milhões.
Os dados totais de exportação incluem as carnes in natura e industrializada, mais miúdos, preparações, ossos e suas farinhas, gorduras e extratos, entre outros. Com esse mix, neste ano o Brasil já exportou 1,292 milhão de toneladas de produtos bovinos, por US$ 5,448 bilhões. O desempenho dos primeiros oito meses está muito próximo do que o País exportou em 2016, ano em que as vendas totais somaram 1,348 milhão de toneladas, por US$ 5,338 bilhões.
Agregado in natura
Com a demanda internacional aquecida, o Brasil tem beneficiado no valor da tonelada in natura, que neste ano está na média de US$ 4.329. É o maior já registrado nos últimos cinco anos, na comparação com anos anteriores tomando todo o período. Em 2019, por exemplo, o preço médio da tonelada exportada foi US$ 3.872.
O preço médio da tonelada mato-grossense ficou pareada com média nacional. Mas, com o maior rebanho bovino do País, o Mato Grosso reinou absoluto, com 242 mil toneladas embarcadas desde janeiro, por US$ 1 bilhão, valor 31,6% acima do ano passado. Em 2019 foram 199,1 mil toneladas por US$ 760,6 milhões, ano em que ultrapassou pela primeira vez o Estado de São Paulo nesse período. Neste ano, as exportações in natura paulistas já somam 202,5 mil toneladas, por US$ 923,9 milhões.
Disposta na compra, a China vem pagando mais pela carne in natura brasileira, exatos US$ 4.770 por tonelada. Em relação à média geral, o valor está 10,2% acima.
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Neste ano foram embarcadas ao país asiático 529,9 mil toneladas, por US$ 2,5 bilhões, praticamente metade de tudo que saiu do Brasil. Na conta não estão as compras de Hong Kong, basicamente para alimentar a China, com 144,3 mil toneladas por US$ 548,2 milhões.
Exportação de carne in natura nos últimos 5 anos
Em toneladas, entre janeiro e agosto
2020 = 1,1 milhão/t – US$ 4,8 bilhões
2019 = 956,5 mil/t – US$ 3,7 bi
2018 = 809,8 mil/t – US$ 3,3 bi
2017 = 751,9/t – US$ 3,1 bi
2016 = 736,6 mil/t – US$ 2,9 bi
Fonte: Mapa com base Secex