Durante painel do Summit Agro, o rigor das leis ambientais brasileiras foi ressaltado; na ocasião, representante da Danone reforçou compra da soja do país.
Os agricultores brasileiros estão abertos à inovação e lideram, em todo o mundo, a implementação de boas práticas. A afirmação é do diretor de sustentabilidade da divisão agrícola da Bayer para a América Latina, Felipe Albuquerque, que participou do painel “ESG no campo”, realizado na tarde desta terça-feira, 13, durante o Estadão Summit Agro, em São Paulo.
“Pesquisas recentes mostraram, por exemplo, que o nosso país adota, em média, dez diretrizes de agricultura regenerativa, enquanto a média em outros países é de sete”, disse o diretor da Bayer.
Para Albuquerque, o estímulo a práticas regenerativas deve fazer parte da agenda de diferentes agentes envolvidos nas atividades agropecuárias, como produtores rurais, empresas e esfera pública. “Vejo que estamos no caminho certo. Mas é uma pauta que não se conduz sozinho. Precisa de uma união de esforços.”
Aline Locks, CEO da Produzindo Certo, e Franciele Caixeta, coordenadora de Desenvolvimento Agro da General Mills, destacaram que o Brasil tem uma das legislações mais rigorosas do planeta para garantir sustentabilidade no campo.
“Um dos desafios deste trabalho é que o produtor entenda as diretrizes de sustentabilidade. Outro é fazer com que a assistência técnica chegue até ele, para que possa implementar as medidas”, declarou Aline.
Já Franciele lembrou que o principal aspecto para uma mudança de mentalidade, que permita a adoção de práticas de agricultura regenerativa, é a saúde do solo. “Esta é a grande estrela dos sistemas regenerativos”. Como exemplo positivo, ela citou um trabalho da Embrapa que tem usado a leguminosa gliricídia, que tem crescimento rápido, como suporte para a produção de pimenta-do-reino, no lugar de estacas de madeira.
O uso da espécie evita o corte de árvores para a confecção das estacas, recompõe o solo, diminui o impacto ambiental da atividade agrícola e reduz custos nas propriedades rurais: 28% em média, segundo a Embrapa.
Danone segue comprando soja brasileira
Ainda durante o painel, o gerente de compra de leite da Danone, Leonardo Siman, reforçou que a empresa continua comprando soja de origem brasileira. “Está tudo ok. O principal insumo da Danone no Brasil é o leite. E a soja, por sua vez, é o principal insumo da produção leiteira”.
A declaração é decorrente da polêmica iniciada no mês passado, quando o diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, declarou que a empresa monitora, de forma rigorosa, a qualidade da soja e que não utilizaria mais o grão proveniente de áreas desmatadas, incluindo o Brasil. Os produtores brasileiros classificaram a atitude como um boicote.
Diante da repercussão negativa, a Danone emitiu uma nota, confirmando que continua comprando soja brasileira, “em conformidade com as regulamentações locais e internacionais”. Segundo Siman, a situação não se alterou de lá para cá.
Na mesma nota, a empresa havia informado, ainda, reconhecer o compromisso do governo brasileiro em preservar as florestas, o incentivo a programas dedicados à proteção da floresta amazônica e ao avanço da agricultura sustentável no caso da soja, bem como os esforços dos agricultores em prol da sustentabilidade e da inovação no campo.
Fonte: Agro Estadão
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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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