Uma das cultivares mais utilizadas para a alimentação do gado em regiões áridas nordestinas, a palma, ganha primeira colheitadeira para agilizar o serviço.
O Semiárido brasileiro se caracteriza por apresentar irregularidade na distribuição espacial e temporal das chuvas, com períodos prolongados de estiagens. Por consequência, ocorre a estacionalidade na produção quantitativa e qualitativa de alimentos volumosos para os rebanhos de animais ruminantes (bovinos, ovinos e caprinos). Dá-se então a busca por espécies forrageiras adaptadas a essas condições de produção e que possam atender às exigências de mantença e produção dos animais.
Para driblar esse problema, os pecuaristas estão utilizando a palma forrageira para alimentar os animais. A planta é resistente aos períodos de seca e considerada excelente para o rebanho.
Assim a palma forrageira aparece como opção para o cultivo no semiárido, por apresentar mecanismos biológicos vantajosos no que se refere a capacidade de absorção, uso e conservação de água. Por ser uma excelente fonte de reserva forrageira, sua importância na sustentabilidade regional da pecuária de ruminantes é significativa, seguimento este atingido pela irregularidade na oferta de alimentos para os rebanhos.
Recentemente a empresa Laboremus, sediada na cidade de Campina Grande, Paraíba, promoveu o II Dia de Campo Mata Branca e aproveitou para apresentar a Colheitadeira de Palma Laboremus, CPL200. a colheitadeira chega para otimizar a colheita da palma e trazer mais agilidade para o manejo da planta.
Segundo Germínia de Souza Santos, gerente de marketing da empresa, a máquina ainda não está finalizada, faltando alguns ajustes, mas os principais testes foram feitos na Fazenda Riacho do Navio e Fazenda Carnaúba.
A mecanização da colheita da palma era um anseio de muitos pecuaristas. Este desejo da mecanização da cultura da palma já vem de muito tempo, pois há uma enorme carência de mão de obra no campo e a etapa da colheita corresponde a 60% do valor do ciclo da palma (plantar, colher, transportar, triturar e colocar no cocho dos animais).
Segundo Germínia existem alguns pré-requisitos para a colheita da palma, a escolha de um terreno plano é o primeiro passo, limpá-lo, retirando as pedras que possam danificar a colheitadeira e plantar em linha adensada, seja com fileira simples ou dupla, com espaçamento entre linhas 1,6m a 2.0m, para permitir a passagem do trator e da máquina sem destruir as fileiras.
“A máquina neste estágio atual será destinada ao médio e grande produtor, mas vislumbramos a possibilidade de fazer uma máquina menor num futuro próximo. De qualquer forma, o plantio terá que estar alinhado com as características citadas.” – ressaltou Germínia.
A profissional conta que a empresa percebeu logo cedo que existia um mercado potencial com vários produtores plantando suas lavouras de palma para uma futura mecanização. A empresa buscou uma parceria com o Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e conseguiu um aluno para acompanhar o desenvolvimento da máquina.
O processo de desenvolvimento seguiu toda uma metodologia já praticada pela empresa, vocacionada no desenvolvimento e inovação de novos produtos. “O desenvolvimento tem duas etapas bem definidas, sendo a primeira para levantamento de informações das variáveis que não eram conhecidas, exemplo: qual a melhor forma para o corte, com navalhas, quantas? Disco de serra, qual o tamanho dos dentes, quantos RPM, qual velocidade que o trator deve avançar, ângulos de esteira, que tipo de esteira e por aí vai.” – nos contou a profissional.
“Nesta primeira etapa foram dois anos. Na etapa atual que é do protótipo em tamanho real já são quatro meses e para o lançamento, mais uns quatro. Estamos em fase testes em várias situações e regiões, fazendo os ajustes e conversando com possíveis compradores para entender melhor suas perspectivas. O apoio tanto financeiro como troca de idéias da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba da Paraíba tem sido fundamental, assim como nesta fase ter sido contemplado pelo edital de subvenção econômica da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (FAPESQ), o TECNOVA ll.” – finaliza Germínia.
Confira a máquina em funcionamento:
Disseminação da palma forrageira
Além da região Nordeste, outro lugar que a palma tem ganhado espaço é na região norte de Minas Gerais. A partir de 2021, a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) disponibilizou raquetes de três genótipos de palma forrageira para produtores do semiárido mineiro. O objetivo é estimular o plantio e adoção da palma.
A distribuição das raquetes acontecerá através do Programa Rede Palma. De acordo com a pesquisadora da Epamig Polyanna Mara Oliveira, o programa foi criado no ano de 2017. O início foi possível, porque um Epamig material genético de palma do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA). “Recebemos o material e tivemos a ideia de testar em diversos locais de Minas.
“ No período de seca, a produção de forragem cai e o produtor precisa ter segurança produtiva. Neste caso, a palma é uma alternativa muito interessante . Além da alta produtividade, ela precisa de baixo volume de água e segurança alimentar para o gado, que não vai morrer por falta de alimento ”, ressaltou.
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